Apenas 47% dos alunos da rede estadual de SP acessaram app
Nas duas primeiras semanas oficialmente no ar, o aplicativo lançado pelo governo de São Paulo para a aplicação do ensino online durante a pandemia foi acessado por menos de metade dos alunos
Por: Mariana Lima
Nas duas primeiras semanas oficialmente no ar, o aplicativo lançado pelo governo do estado de São Paulo para a aplicação do ensino online durante a pandemia de Covid-19 foi acessado por 1,6 milhão de alunos, menos da metade dos 3,5 milhões de alunos da rede estadual paulista, o equivalente a 47%.
Até o momento, o estado não tem previsão para rever o ano letivo e o retorno às aulas presenciais. A rede estadual é responsável por 35% de todos os alunos do estado. O 1,6 milhão se refere apenas aos alunos que já realizaram login da plataforma, sem significar que eles assistam a todas as aulas que deveriam acompanhar após entrarem.
A dificuldade em apresentar uma estrutura de ensino remota capaz de incluir todos os alunos vem sendo enfrentada em todo o país.
Em São Paulo, além dos conteúdos nas plataformas digitas, a Secretaria de Educação do estado também entregou material didático impresso. No entanto, apenas o aplicativo permite saber, de forma individualizada, quais alunos estão acessando as aulas.
O app é a ferramenta mais completa oferecida para o acompanhamento do conteúdo didático, pois permite o armazenamento das aulas e a interação por chat. Para facilitar o acesso, o governo paulista vem patrocinando os dados necessários para o uso do aplicativo, descartando a necessidade de gastar o pacote de dados do usuário. Ainda assim, é necessário usar a própria internet para baixar o app.
Devido às dificuldades para saber o que os alunos estão acessando ou se estão conseguindo acessar a plataforma, a previsão é que ao retornarem as aulas presencias os estudantes passem por uma avaliação das lacunas de conteúdo e iniciem um programa de reforço caso seja necessário.
Outra preocupação compartilhada entre os estados é a possibilidade da evasão escolar,já que a dificuldade em cumprir as demandas pode desestimular os estudantes.
Pernambuco, por exemplo, planeja a reposição de conteúdo após o retorno das atividades presenciais. Estados como Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina preveem fazer o controle da frequência do período de pandemia através da entrega de atividades no retorno às aulas presenciais. O paraná segue um modelo semelhante ao de São Paulo, mas vem alcançado uma verificação de presença que chega aos 60%.
Fonte: Folha de S. Paulo