Atenção à primeira infância é primordial no pós-pandemia
Crianças e adolescentes em situação de pobreza representam 65,7% da população brasileira. Para o Dia da Infância, a consultora de educação do Instituto Alana, organização que busca a garantia de condições para a vivência da plena infância, falou para o Observatório do Terceiro Setor
Por Iara de Andrade
Em 24 de agosto se comemora o Dia da Infância. Criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a data tem como propósito promover reflexões sobre as condições em que meninas e meninos vivem no mundo todo.
Segundo o Relatório Luz para a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), crianças e adolescentes em situação de pobreza representam 65,7% da população brasileira. Isso coloca em risco a meta 4.2, que prevê a garantia de acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar a todas as meninas e meninos, para que estejam prontos para o ensino primário.
A partir disso, entidades da sociedade civil atuam para ajudar a mitigar este cenário. Como o Instituto Alana, uma organização de impacto socioambiental que promove um mundo mais justo, inclusivo, igualitário e plural para as crianças. Por meio de programas próprios e parcerias, a instituição busca a garantia de condições para a vivência da plena infância, desde 1994.
A consultora de Educação do Instituto, Ana Claudia Leite, explica que uma infância plena depende da garantia de direitos sociais básicos como a alimentação saudável, a habitação segura e acolhedora, a mobilidade e o acesso aos aparelhos de saúde, a educação e o direito ao brincar, para que a criança exerça toda a sua potencialidade e desenvolvimento.
Ana Claudia ressalta a importância de dar atenção às questões da primeira infância no pós-pandemia, uma vez que os números de evasão escolar e violência doméstica contra e crianças e adolescentes, sobretudo meninas negras, aumentaram nos últimos tempos.
“É muito importante que tenhamos uma atenção profunda e cuidadosa no período pós-pandemia para que as crianças e adolescentes sejam cuidados nas instituições escolares, mas também por toda a rede de proteção social”, pontua.