Bailarina com doença rara leva aulas de balé e violão para surdos e cegos em BH
A bailarina Wilmára Marliére de Paula se inspirou na própria história para criar um projeto que oferece dança e música para pessoas surdas e cegas.
A bailarina Wilmára Marliére de Paula, de 55 anos, se inspirou na própria história para criar um projeto que oferece dança e música para pessoas surdas e cegas.
Ela possui a síndrome de Arnold Chiari, uma malformação congênita que provoca perda de audição e de equilíbrio. Há 25 anos, ela criou o projeto Céu na Terra.
Por conta da síndrome de Arnold-Chiari (uma malformação rara e congênita do sistema nervoso central), Wilmara Marliére de Paula chegou a perder boa parte de sua audição – mas isso não foi o suficiente para fazer com que ela abandonasse uma de suas grandes paixões, o balé. Enquanto sua perda auditiva se agravava, ainda na década de 1990, Wilmara começou a traçar diferentes estratégias para se manter na dança, experimentando a reverberação do som em diferentes materiais (como panelas de alumínio, placas de ferro galvanizado, tubos de metais etc.). Desses primeiros esforços surgiram os embriões do Projeto Céu e Terra, que em 1997 ganhou a sua primeira turma de crianças surdas em Belo Horizonte, Minas Gerais.
“Eu estudei muito a parte de acústica. Desenvolvi diversos materiais rústicos. Trabalho como se fosse uma fisioterapia interna. A criança que chega no projeto é estimulada e tem um resultado incrível. Ela se desenvolve. É uma prioridade para mim desenvolver e estimular a pessoa”, diz.
As aulas acontecem no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte (MG), e contam com o apoio da família da bailarina. Seu marido, Wéberty Marliére, é responsável pelas aulas de violão para pessoas cegas, enquanto Wilmára e a irmã Meiry de Paula ensinam balé.
Wilmára fez quatro cirurgias e correu o risco de parar de andar ou, pior que isso, não sobreviver. Ela ainda sonha em dançar “A Morte do Cisne”, no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro.
O projeto é viabilizado através de leis de incentivo à cultura e também busca patrocínio para a continuidade das atividades e compra de materiais para as aulas.
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Fonte: Razões para Acreditar