Brasil é o 3º país mais letal para ativistas ambientais, segundo relatório
De acordo com relatório da ONG Global Witness, em 2019 apenas Colômbia e Filipinas tiveram mais mortes de ativistas ambientais do que o Brasil. 90% dos casos no país ocorreram na Amazônia
Por: Mariana Lima
No final de julho, a ONG Global Witness divulgou seu relatório anual. Com dados referentes ao ano de 2019, o documento revelou que o Brasil é o terceiro país do mundo mais perigoso para os ativistas e defensores da terra e do meio ambiente.
De acordo com o relatório, 24 pessoas foram assassinadas em 2019, quatro a mais que em 2018. O Brasil fica atrás apenas das Filipinas, com 43 assassinatos, e da Colômbia, com 64.
No mundo, foram registrados 212 assassinatos de ativistas ambientais em 2019. Dois terços deles ocorreram somente na América Latina, região que vem aparecendo como a mais mortífera desde 2012, época em que os dados começaram a ser publicados.
Desde então, o Brasil ocupou a liderança entre os países mais letais para ativistas ambientais até 2017, ano em que foram registrados 57 assassinatos em solo brasileiro.
A Global Witness destaca que, no último ano, 90% dos casos de homicídios de ativistas ambientais no país ocorreram na Amazônia. No total, a região amazônica inteira registrou sozinha 33 mortes.
Em 2019, quatro lideranças Guajajara foram assassinadas, entre elas a liderança indígena e membro dos Guardiões da Floresta – grupo que protege territórios indígenas das gangues invasoras – Paulo Paulinho Guajajara, 26, assassinado a tiros no Maranhão.
O relatório ainda chamou atenção para os problemas relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas, abordando as políticas agressivas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro.
A organização, que reuniu dados do Brasil por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Conectas Direitos Humanos, apontou que o desmatamento ilegal de terras indígenas aumentou 74% entre 2018 e 2019.
O relatório revelou que os incêndios na Amazônia subiram 30% no primeiro ano do Governo Bolsonaro, e a maior parte das regiões atingidas era protegida oficialmente, incluindo terras indígenas.
Além disso, a Global Witness colocou Bolsonaro entre as lideranças internacionais que criminalizam as manifestações pacíficas dos defensores da terra e do meio ambiente.
O Brasil também foi colocado entre os países – como Colômbia, Filipinas e os Estados Unidos – que se aproveitaram da pandemia de Covid-19 para reverter duras regulamentações ambientais.
Fonte: El País Brasil
Egnalda
05/12/2020 @ 10:06
É o governo mais atrapalhado, mais perdido e mais louco que eu já pude ver na minha vida.