Brasil é país em que mais morrem profissionais de enfermagem por Covid-19
Brasil já perdeu mais profissionais de enfermagem para o coronavírus do que Itália e Espanha juntas e quase o dobro dos EUA
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), até esta quarta-feira (06/05) foram identificados 88 óbitos de profissionais pela Covid-19 no país. A maioria das vítimas tinha menos de 60 anos, sendo uma delas de apenas 29 anos. Foram 22 óbitos de pessoas na faixa etária de 31 a 40 anos.
As mulheres são as principais vítimas, com 61,36% dos óbitos, contra 38,64% dos homens. A cidade de São Paulo, maior epicentro da crise sanitária no país, lidera o ranking, com 26 mortos, seguida por Rio de Janeiro, com 24 casos.
O Cofen lançou uma plataforma para monitorar as mortes na enfermagem em todo o Brasil, com o auxílio dos Conselhos Regionais.
Os Estados Unidos, país com maior número vítimas fatais da pandemia até agora (mais de 71 mil), perdeu 46 profissionais de enfermagem, segundo entidades de classe.
A Itália, segunda nação mais afetada pela doença, com mais de 29 mil vítimas fatais, teve 35 óbitos, de acordo com informações da Federazione Nazionale degli Ordini delle Professioni Infermieristiche, entidade equivalente ao Cofen no país europeu.
A Espanha, que vem logo atrás, com mais de 25 mil mortos, teve apenas quatro óbitos entre profissionais da área, segundo o Consejo General de Enfermería. Os dois países europeus tiveram o início da crise antes do Brasil e já passaram do pico de casos.
Os dados da China, apesar da terem a confiabilidade contestada, somam 23 até o final de abril. O Conselho Internacional de Enfermagem estima que “mais de 100 enfermeiros e técnicos perderam a vida pela Covid-19 enquanto trabalhavam na linha de frente”. O Brasil corresponde à maior fatia do total mundial de óbitos na profissão.