Brasil lidera os BRICS no Índice de Progresso Social de 2015
O Índice de Progresso Social (IPS) divulgado nesta quinta-feira, 9 de abril, pela Social Progress Imperative, instituição global sem fins lucrativos, mostra o Brasil liderando o grupo dos Brics, seguido por África do Sul, Rússia, China e Índia. O IPS 2015 classifica 133 países com base em seu desenvolvimento social e ambiental.
O perfil apresentado pelo Brasil demonstra desafios-chave para o progresso social nos próximos anos, particularmente na dimensão de necessidades humanas básicas, na qual o País fica na 74ª posição no ranking global, com déficits importantes em segurança pessoal (ele aparece entre as dez últimas posições do ranking neste quesito) e também em cuidados médicos básicos e moradia. Outros desafios para o Brasil envolvem, na frente de fundamentos de bem-estar, a necessidade de endereçar questões de acesso à informação e comunicações. Na dimensão de oportunidades, o País deve melhorar os índices relacionados ao acesso à educação superior.
De modo geral, os países da América Latina e do Caribe foram relativamente além das expectativas em suas colocações na edição 2015 do levantamento, ao conseguirem bons índices comparados com seu poder econômico em uma faixa de medidas de progresso social, especialmente quanto à tolerância, inclusão e liberdade pessoal. No entanto, o Índice também mostra que os países da região têm baixa classificação em várias medições. As questões de segurança pessoal, em especial, são problemáticas, assim como o acesso à educação.
Exceto o Brasil, cujo avanço social, na 42ª posição, é mais alto do que seu PIB per capita (54ª), todos os BRICS têm baixo desempenho no IPS, sugerindo que, especialmente na China e na Índia, um crescimento econômico rápido não é sinônimo de melhoria das condições sociais para os cidadãos.
O relatório sugere que os países da América Latina devem ter como meta priorizar o progresso social e que as desafiadoras condições econômicas locais não devem necessariamente ser um obstáculo à melhoria de vida dos cidadãos. Os resultados do Brasil confirmam as tendências regionais: enquanto o País aparece inserido no grupo de médio-alto progresso social, na 42ª posição na avaliação média de todos os índices, ele aparece em 62º e 122º lugares, respectivamente, nos quesitos educação superior e segurança social.
Os resultados da edição 2015 do Índice mostram que, embora haja uma correlação entre o progresso social e o PIB, o crescimento econômico está longe de garantir avanços no campo social. Por outro lado, permite verificar também que as nações podem continuar a melhorar a vida dos cidadãos apesar das dificuldades econômicas enfrentadas por milhões de pessoas na América Latina.