Brasileiros levam pele de tilápia para tratamento de feridos no Líbano
A técnica de usar pele de tilápia no tratamento de queimaduras surgiu na Universidade Federal do Ceará, em 2014. Agora, ela ajudará vítimas da explosão que devastou a capital do Líbano, Beirute
Por: Isabela Alves
Seis médicos brasileiros viajaram para o Líbano para ajudar no tratamento dos mais de 5 mil feridos que sobreviveram à grande explosão que devastou a capital do país, Beirute.
Além de levar medicamentos e insumos, os médicos levaram 30 mil cm² de pele de tilápia, para ser usada no tratamento de queimaduras. O método pioneiro, que existe no Brasil desde 2014, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A técnica é uma espécie de “curativo biológico” de queimaduras de segundo e terceiro grau, que também auxilia na cicatrização.
Antes dela, os médicos brasileiros utilizavam um creme com efeito de 24 horas para tratar os ferimentos. No entanto, é necessário trocar o curativo, tirar o creme, enxaguar a área queimada, colocar o creme e fazer um novo curativo todos os dias. Já a pele do peixe, em contato com a queimadura durante vários dias, evita as dores da troca do curativo.
Atualmente, a pele de tilápia é usada em tratamentos em sete estados brasileiros, e em países como a Colômbia, Estados Unidos, Canadá, Holanda e Portugal.
Os médicos se submeteram ao teste do tipo RT-PCR para detecção da Covid-19 antes de viagem. Eles ficarão no território libanês durante 15 dias, com apoio do governo local.
Fonte: Folha de São Paulo