Brasileiros são presos nos EUA suspeitos de liderarem tráfico de pessoas
Dados da ONU estimam que cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano por ano, sendo que 80% são mulheres destinadas à exploração sexual.
Dois brasileiros foram presos em Massachusetts, nos Estados Unidos, suspeitos de liderarem um esquema de tráfico de pessoas. Os investigados são pai e filho, têm cidadania brasileira e administram dois restaurantes na cidade de Woburn, o Taste of Brazil – Tudo No Brasa e o The Dog House, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Jesse James Moraes, 64, e Hugo Giovanni Moraes, 42, foram indiciados por um golpe em que convenciam outros brasileiros a entrarem nos EUA, viabilizavam a viagem e ofereciam emprego, mas já prevendo obter vantagens financeiras com a imigração ilegal. Eles são suspeitos de explorarem essas pessoas que, morando nos Estados Unidos sem visto, estariam quebrando a lei, ficando em uma posição vulnerável.
Um terceiro homem, identificado como Marcos Chacon, 29, também foi detido e indiciado por entregar documentos falsos às vítimas e ajudar na imigração de um estrangeiro que já havia sido deportado em outra ocasião. Os investigados compareceram na tarde de ontem a uma corte federal de Boston para um depoimento inicial e devem continuar presos pelo menos até a audiência de custódia, ainda sem data para acontecer.
De acordo com a investigação do Departamento de Justiça, o esquema começava no Brasil, com o irmão de Jesse, Chelbe Moraes. O homem, que ainda vive no país natal, cobrava uma taxa entre US$ 18 mil e US$ 22 mil (entre R$ 93 mil e R$ 113 mil, na cotação atual) para levar as vítimas até os Estados Unidos.
Quando elas chegavam em território estrangeiro, Jesse e Hugo contratavam os imigrantes em seus restaurantes em Woburn, mas sob a condição de que eles não receberiam o salário integral até pagar a dívida de sua viagem e documentos falsos, que incluíam pedidos de refúgio ou vistos de trabalho. Apesar de não morar na América do Norte, Chelbe também foi indiciado pelo suposto tráfico de pessoas, além de enfrentar um processo por lavagem de dinheiro.
Apesar de não morar na América do Norte, Chelbe também foi indiciado pelo suposto tráfico de pessoas, além de enfrentar um processo por lavagem de dinheiro.
Pela primeira acusação, de induzir e cooperar para a entrada ilegal de pessoas nos Estados Unidos para ganhos financeiros, a pena pode chegar a 10 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de até US$ 250 mil. Ajudar um imigrante deportado a voltar ao país rende até dois anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 250 mil. Já o crime de lavagem de dinheiro tem pena de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 500 mil ou o dobro do valor movimentado no esquema, se o valor for maior. Ainda não há previsão para que os suspeitos sejam julgados pela Justiça norte-americana, nem mais informações sobre as vítimas envolvidas.
Dados da ONU estimam que cerca de 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas do tráfico humano por ano, sendo que 80% são mulheres destinadas à exploração sexual.
Fonte: UOL
advogados
13/10/2022 @ 11:55
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