Campanha quer construir mais de 1 milhão de cisternas no semiárido
Campanha promovida pela Articulação do Semiárido (ASA) vem possibilitando o acesso à água, por meio das cisternas, na região mais seca do país. Agora, com o apoio do cantor Gilberto Gil, organização quer ampliar alcance
Por: Mariana Lima
Em 1999, a Articulação do Semiárido (ASA), que congrega mais de 3.000 entidades, lançou um desafio: construir 1 milhão de cisternas – tanque de água usado para coletar e armazenar o escoamento da água da chuva – na região mais seca do país.
A meta parecia ousada, mas graças a um programa nacional foi alcançada em 2014. Hoje, existem no semiárido brasileiro 1,2 milhão de cisternas. Agora, a campanha ganhou uma nova meta: dobrar o número de cisternas construídas.
Intitulada “Tenho sede“, a nova campanha visa arrecadar recursos e alavancar obras para o financiamento de mais um milhão de cisternas no semiárido. A ASA contou com o apoio do cantor baiano Gilberto Gil, que gravou o clipe oficial da campanha.
No clipe, ele canta a música “Tenho sede”, de autoria de Dominguinhos e Anastácia, ao lado de agricultoras e agricultores que receberam as cisternas por meio da ASA nos últimos anos.
O semiárido é uma região que ocupa 12% do território nacional e compreende 1.262 municípios do Nordeste e norte de Minas Gerais. É nessa área de baixo índice pluviométrico que vivem 28 milhões de brasileiros (38% deles em zonas rurais).
Cada cisterna de uso familiar acumula 16 mil litros e serve para armazenar água da chuva ou distribuída por carros-pipa em época de estiagem prolongada.
Por garantir o acesso à água potável, ela é apontada como uma tecnologia indispensável para a convivência com a seca. Cada cisterna custa em torno de R$ 4,5 mil. A campanha lançada pela ASA recebe doações a partir de R$ 20.
Um programa de sucesso
O Programa Cisternas, criado em 2003, é referência mundial e recebeu prêmios internacionais como o Prêmio Sementes 2009, da ONU (Organização das Nações Unidas), concedido a projetos de países em desenvolvimento feitos em parceria entre organizações não governamentais, comunidades e governos.
Também recebeu também a premiação “Future Policy Award” (Política para o Futuro), em 2017, da World Future Council, em cooperação com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
As cisternas são dividas em três categorias: Familiar (para consumo humano, de 16 mil litros); Produção (de 52 mil litros, para abastecimento de produções e criações de animais familiares); Escolares (também capacidade para 52 mil litros).
Fonte: ECOA | UOL