Casal desempregado pela pandemia na Índia vende seu bebê para sobreviver
Pandemia de Covid-19 deixou 122 milhões de desempregados na Índia e levou ao aumento do tráfico de crianças e do casamento infantil. Bebê vendido pelos próprios pais tinha apenas dois meses de vida
Devido à pandemia de Covid-19, o governo da Índia decretou um lockdown (medida de isolamento social obrigatório) em todo o país a partir do dia 25 de março. A medida afetou 1,3 bilhão de pessoas. E, de acordo com o Centro de Monitoramento da Economia Indiana, em 12 de maio, já havia mais de 122 milhões de pessoas desempregadas na Índia.
Entre esses desempregados estão Bapan Dhara e sua esposa, Tapasi, que moram no distrito de West Midnapore. Tapasi trabalhava como empregada doméstica, mas com o isolamento social os seus patrões a dispensaram. Seu marido também perdeu o emprego.
O casal tinha uma filha com apenas 2 meses de vida e, segundo relatos do vizinhos, Bapan e Tapasi não tinham dinheiro para alimentar a criança.
O casal está sendo acusado de vender a filha para parentes distantes. O caso foi descoberto em junho, depois que policiais e oficiais da ONG Childline recuperaram o bebê de uma casa em Howrah.
Agnishwar Chowdhury, um policial subdivisional de Ghatal, disse que a criança foi recuperada da casa de parentes distantes dos pais biológicos. “Após investigação, a polícia soube que a criança foi vendida por 3.000 rupias indianas”, disse ele.
Sandip Kumar Bose, o oficial de proteção infantil do distrito, explicou que a criança seria mantida no hospital por três a quatro dias e que depois disso seria encaminhada para uma casa administrada pelo governo.
Desde o início da pandemia, a Índia teve crescimento nos casos de tráfico de crianças e casamento infantil.
Uma das medidas do governo da Índia para combater a pobreza, que aumentou na pandemia de Covid-19, é dar arroz gratuito para a população mais necessitada. A Índia já tem mais de 6,7 milhões de casos de Covid-19, com mais de 104 mil mortes causadas pela doença.
Fontes: The New Indian Express, Caritas e BBC