Coletivo faz sabão para população de rua e ajuda mulheres na pandemia
O Sabão do Povo, idealizado por um coletivo de 10 mulheres, auxilia na higienização de quem vive nas ruas e gera renda para mulheres desempregadas
Por: Mariana Lima
Em abril de 2020, Adriana Sumi, de 34 anos, recebeu um pedido de um amigo militante do movimento da população de rua na capital paulista.
Naquele período, a Prefeitura de São Paulo estava instalando lavatórios em alguns pontos do centro da cidade, para oferecer às pessoas em situação de rua a possibilidade de se higienizar por conta da pandemia. Contudo, os lavatórios não tinham sabonetes.
Adriana, que já sabia produzir sabão, juntou-se a outras 9 mulheres de diferentes coletivos e criou o Sabão do Povo. O trabalho coletivo permitiu expandir a produção.
Assim, Adriana passou a doar os produtos na Casa do Povo, que é um espaço ocupado por diversos coletivos e que permaneceu com as portas abertas para causas emergenciais da pandemia.
Todas as barras de sabão são feitas a partir de óleo reciclado, o que ajuda o meio ambiente. Em novembro de 2020, elas começaram a vender os produtos por um valor acessível.
Desta forma, o projeto foi se transformando em uma forma de acolhimento e de sustento para mulheres que ficaram sem emprego, já que elas trabalhavam na produção duas vezes na semana.
O Sabão do Povo gera renda para quem teve seu trabalho comprometido na pandemia e também traz autonomia para mulheres que buscam sua independência financeira. O perfil dessas mulheres varia. Há trabalhadoras do sexo, diaristas e cozinheiras da região.
As participantes também realizam rodas de discussões com temáticas sobre o meio ambiente, trazendo conversas sobre a reutilização do óleo de cozinha e explicações sobre o impacto ambiental gerado quando ele é jogado na rede de esgoto, trabalhando assim a conscientização no bairro.
No mês de junho de 2021, foram vendidas cerca de 780 barras de sabão pela lojinha online. Destas, 300 foram compradas para serem destinadas à doação.
No mês de julho, as doações vão para as Mães de Maio, Mães 13 de agosto (vítimas da chacina de Osasco) e Ampara Sul, que tem uma base recém-inaugurada na região.
Fonte: ECOA | UOL