O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma significativa mudança no panorama de denominação das áreas urbanas conhecidas como Aglomerados Subnormais. Essa transformação resulta de uma colaboração entre o projeto “Favela no Mapa”, desenvolvido em parceria entre a CUFA (Central Única das Favelas) e Data Favela, e o IBGE, que se uniram para concluir o censo dessas comunidades. Desde o final da década de 1980, a expressão “Aglomerado Subnormal” era utilizada para descrever essas localidades, sendo agora substituída por “Favelas e Comunidades Urbanas”.
No âmbito do projeto “Favela no Mapa”, as entidades envolvidas desempenharam um papel crucial ao facilitar o acesso de recenseadores em diversas regiões do Brasil. O objetivo era reduzir o percentual de domicílios que não haviam respondido à operação censitária em comunidades, enfrentando desafios como ausência, recusa, omissão de domicílios e dificuldades de acesso.
Essa alteração na nomenclatura representa um marco histórico para a sociedade brasileira, especialmente para os habitantes dessas áreas. Ao eliminar o termo “Aglomerado Subnormal” em favor de “Favelas e Comunidades Urbanas”, busca-se combater estigmas negativos associados à palavra “favela”, promovendo maior mobilidade social e reduzindo preconceitos.
A iniciativa de colocar as favelas no mapa e no radar do poder público, compreendendo a complexidade de suas carências, resiliência, diversidade e potencialidades, foi impulsionada pela CUFA e pelo Data Favela. Essa parceria visou tirar esses territórios da invisibilidade, destacando a necessidade de reconhecimento e compreensão de suas realidades.
A mudança de nomenclatura realizada pelo IBGE está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda ONU, contribuindo diretamente para o ODS 10 – Redução das Desigualdades.