Crise climática já apresenta consequências irreversíveis, aponta IPCC
Segunda parte do 6º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que crise climática já apresenta consequências irreversíveis, atingindo, principalmente, populações mais vulneráveis
Por Juliana Lima
No dia 28 de fevereiro, foi apresentada aos governos mundiais a segunda parte do 6º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês). Segundo o documento, a crise climática já apresenta consequências irreversíveis, especialmente para as populações que vivem em situação de vulnerabilidade.
Entre as informações presentes no relatório está o alerta de que os efeitos do aquecimento global nos ecossistemas acontecerão mais rápido, são mais difundidos e com consequências de maior alcance do que o previsto anteriormente. Para os cientistas, estamos na década crítica para garantir um futuro habitável, equitativo e sustentável, sendo necessária uma mudança sistêmica e inclusiva.
Os especialistas apontam ainda que as sociedades não estão preparadas sequer para os impactos atuais, e isso já está custando vidas. Segundo eles, é preciso limitar o aquecimento global a 1,5°C, restaurar a natureza e proteger pelo menos 30% da Terra para reduzir substancialmente as perdas e danos projetados. No entanto, algumas perdas e consequências para os diversos ecossistemas já se tornaram irreversíveis.
No Brasil e na América Latina, os principais riscos da crise climática incluem insegurança hídrica; crise da saúde devido a epidemias crescentes; degradação dos ecossistemas dos recifes de corais; insegurança alimentar devido a secas frequentes ou extremas; e danos à vida e à infraestrutura devido a inundações, deslizamentos de terra, elevação do nível do mar, tempestades e erosão costeira.
“O relatório do IPCC mostra que os impactos da crise do clima são irreversíveis. A população em situação de vulnerabilidade, que já sofre com o descaso de nossos governantes, será a mais impactada. É urgente que haja uma mudança rápida nas políticas públicas de adaptação no Brasil e no mundo, com orçamento adequado para perdas e danos das populações atingidas”, alerta Fabiana Alves, porta-voz de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.
A terceira parte do 6° Relatório do IPCC, que avaliará formas de mitigar as mudanças climáticas, será divulgada para os governantes mundiais em abril. O relatório completo será divulgado em outubro deste ano.
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