Dançarina presa injustamente cria ação para ajudar encarcerados
Um ano após ser inocentada, a dançarina Bárbara Querino criou o coletivo Mo Wá para ajudar pessoas em situação de cárcere durante a pandemia
Por: Mariana Lima
Devido às restrições causadas pela pandemia da Covid-19, a população carcerária ficou sem receber “o jumbo”, conjunto de itens básicos como alimentos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas e cobertores, que suas famílias levavam durante visitas.
Com a suspensão das visitas presenciais, as famílias podem enviar o jumbo somente via correios, o que é caro e até inacessível para muitas delas. Pensando nisso, a dançarina Bárbara Querino de Oliveira, de 23 anos, criou o Coletivo Mo Wá.
Conhecida como Babiy Querino, ela ficou quase dois anos presa em São Paulo por um crime que não cometeu. Babiy, que é negra, foi “reconhecida” de forma equivocada por duas vítimas brancas, que fizeram o reconhecimento com base nos cabelos cacheados da dançarina.
No início da pandemia, ela foi definitivamente inocentada das acusações. Criou, então, a campanha Vidas Carcerárias Importam, que vem garantindo que pessoas em situação de cárcere tenham pelo menos o mínimo para sobreviver.
Um ano após a sua absolvição, ela sentiu a necessidade de perpetuar a campanha e criou o coletivo. O nome do coletivo, Mo wá, significa “Eu existo” em Yorùbá.
O coletivo realiza um levantamento e um pré-cadastro das famílias que precisam das doações, além de muitos procurarem Babiy via redes sociais ou grupos.
Junto com a amiga Aline Pereira, higieniza tudo o que recebe ou compra dentro da própria casa, e monta o jumbo de acordo com a necessidade de cada preso. Depois embala e identifica com fotos e dados básicos de cada preso e família e envia para elas o código de rastreio. Babiy diz que já conseguiu ajudar cerca de 300 famílias.
Fonte: ECOA UOL