Deslocamento global de refugiados chega a 100 milhões de pessoas

Segundo o Acnur, somente em 2021 houve um deslocamento de 89,3 milhões pessoas. Ano já é considerado o 15º consecutivo em deslocamentos devido a conflitos

Por Iara de Andrade

Duplicou o número de pessoas que se viram obrigadas a abandonar suas casas e buscar segurança em outro local nos últimos dez anos. Informações são do relatório Tendências Globais, divulgado pelo Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em 16 de junho.

O ano de 2021 teve um total 89,3 milhões pessoas deslocadas e já é considerado o 15º ano consecutivo em deslocamentos devido a conflitos, com 53,2 milhões.

Foi o maior fluxo desde a Segunda Guerra Mundial, devido à guerra na Ucrânia e somado a problemas emergenciais na África e Ásia, o montante total de pessoas desalojadas no mundo chega a 100 milhões.

De acordo com a Agência: 23 países em todo o mundo, com um total de 850 milhões de habitantes, enfrentam conflitos de intensidade média ou alta. O Alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, ressalta que “a comunidade internacional precisa agir para resolver essa tragédia humana, para resolver os conflitos e para encontrar soluções duradouras”.

Outras causas relacionadas são: a escassez de alimentos, a inflação e a crise climática. De acordo com o relatório, o aumento em 2021 foi de 27,1 milhões de migrantes nesse sentido.

Houve também uma alta de 11% nos requerimentos por exílio, representando 4,6 milhões de pessoas. Uganda, Chade e Sudão foram os países que mais receberam exilados.

Somente em Moçambique, foram quase 75 mil novos deslocados, especialmente devido à situação em Cabo Delgado. O país que mais abriga refugiados no mundo é a Turquia, com 3,8 milhões.

Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar representam mais de dois terços do número total de emigrados. Segundo a Acnur, 1,4 milhão de novos requerimentos foram submetidos, com maiores registros nos Estados Unidos, Alemanha, México, Costa Rica e França.

Fonte: ONU News