Massacrados por colonizadores, fome e doenças, indígenas são 0,8% da população no Brasil
Segundo dados do Censo do IBGE divulgados nesta segunda-feira (07/08), há quase 1,7 milhão de indígenas espalhados em 4.832 cidades em todos os estados do país; número representa apenas 0,8% da população que, há 523 anos, era de 100%.
Estima-se que em 1500, na época da chegada dos colonizadores, a população indígena do território que hoje pertence ao Brasil chegava a quase 5 milhões. Mesmo assim, os indígenas foram praticamente extintos. Os que não foram assassinados foram escravizados.; aldeias foram invadidas, mulheres estupradas e crianças mortas. Mais de cinco séculos depois, o cenário não está muito diferente.
Os povos indígenas sobreviventes sofrem com o descaso das autoridades, doenças causadas por agrotóxicos e falta de cuidados médicos. A maioria dos índios foi retirada de suas terras de origem e remanejada para áreas de plantação, contaminadas por agrotóxicos, tanto no solo como na água.
Segundo dados do Censo do IBGE divulgados nesta segunda-feira (07/08), são quase 1,7 milhão de indígenas espalhados em 4.832 cidades em todos os estados do país, representando apenas 0,8% da população que, há 523 anos, era de 100%.
Mesmo com todos os obstáculos os povos originários resistem e estão em 90% dos municípios do Brasil. O Norte concentra 45% dos indígenas brasileiros, com grande destaque para o estado do Amazonas – que, sozinho, tem 490,9 mil indígenas, 29% do total.
O Nordeste vem em seguida, com 31% dos indígenas do país. O destaque da região é a Bahia, o segundo estado com mais indígenas do país – com 229,1 mil pessoas. Os dados mostram que os indígenas continuam espalhados por todo território brasileiros como era a séculos atrás. Das 5.570 cidades do país, 4.832 têm moradores indígenas (86,8%).
Os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE em 1991, com base na autodeclaração no quesito “cor ou raça”. No entanto, a partir do Censo de 2022, o instituto ampliou a metodologia, utilizando a cartografia censitária colaborativa e passando a considerar outras localidades indígenas além das terras oficialmente delimitadas.
Fonte: g1