Primeiro censo do Brasil listou indígenas como caboclos ou pardos
Em 1872, por exemplo, o Censo classificou que indígenas “puros” faziam parte da subcategoria “caboclo”. Qualquer outra definição para além de branco e preto foi incluída na subcategoria “pardo”. Os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE somente em 1991.
O Brasil infelizmente é conhecido por seu desrespeito aos povos originários há séculos. Para se ter uma ideia, os povos indígenas passaram a ser mapeados pelo IBGE somente em 1991, com base na autodeclaração no quesito “cor ou raça”. Isto é, os três censos realizados anteriormente (1872, 1890, 1960) listavam indígenas como “caboclos” ou “pardos”.
Em 1872, por exemplo, o Censo classificou que indígenas “puros” faziam parte da subcategoria “caboclo”. Qualquer outra definição para além de branco e preto foi incluída na subcategoria “pardo”.
A informação está na nota técnica “Os indígenas nos Censos Demográficos brasileiros pré-1991”, de Claudio Santiago Dias Júnior e Ana Paula Verona, ambos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado na Revista Brasileira de Estudos da População em 2018.
Atualmente, o Brasil tem 1,7 milhão de pessoas indígenas, o que representa 0,83% da população total do país. É o que mostram novos dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira (07/08).
Como forma de aprimorar a coleta de dados em relação à população indígena, em 2022, o instituto ampliou a metodologia, contando com a participação de lideranças das próprias comunidades no processo de coleta de dados.
Em 2022, o número de indígenas contabilizados foi de 1.693.535 pessoas (0,83% da população total). Já em 2010, o IBGE contou 896.917 mil indígenas, ou 0,47% do total de residentes do país.
Em termos absolutos, a variação representa um aumento de 89% entre os Censos – mas esta comparação deve ser vista com ressalvas, já que, como explicado acima, o Censo de 2022 ampliou a sua metodologia para alcançar mais indígenas no país.
Fonte: g1