Rejeitada: em outubro, Presidente cancelou compra da vacina CoronaVac

Em outubro do ano passado, após o Ministério da Saúde encomendar 46 milhões de doses da CoronaVac, o presidente Jair Bolsonaro cancelou o pedido. Na época, Brasil já registrava pouco mais de 155 mil mortes por Covid-19

Ontem (17/01), finalmente, o Brasil entrou na lista dos mais de 50 países que já começaram a vacinar sua população contra a Covid-19.

A vacina aplicada foi a CoronaVac, a vacina do Instituto Butantan, produzida com o laboratório chinês Sinovac.

Uma longa briga entre o governo federal e o governo de São Paulo marcou o início da vacinação no Brasil.

O Ministério da Saúde tinha enviado na última sexta-feira (15/01) ao Instituto Butantan um ofício no qual pediu a entrega “imediata” de 6 milhões de doses importadas da vacina contra a Covid-19.

“Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”, dizia o documento.

Porém, essas doses tinham sido solicitadas em setembro pelo governo de São Paulo e ignoradas pelo governo federal.

No final de outubro do ano passado, o Ministério da Saúde chegou a solicitar a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O cancelamento foi feito pelo próprio presidente do país, Jair Bolsonaro.

“Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade (…) Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado nela, a não ser nós”, disse o presidente na época.

Menos de 3 meses depois, o próprio presidente mudou o discurso: “Está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não. É do Brasil”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na entrada da residência oficial do Palácio da Alvorada.

Hoje, as cerca de 6 milhões de doses disponíveis no Brasil para o início da vacinação contra a Covid-19, pelo governo federal, são da CoronaVac. A mesma vacina rejeitada há 3 meses.  Na época, o Brasil tinha pouco mais de 155 mil mortes e 5,3 milhões de casos de Covid-19. Agora já são mais de 209 mil mortes e 8,4 milhões de casos da doença no Brasil.

Fontes: UOL e G1