Silêncio do governo privou Brasil de ser 1º no mundo a vacinar contra covid
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o Brasil poderia ter sido a 1º país do mundo a vacinar contra a Covid-19. “Quando o mundo estava começando a aplicar, em dezembro, nós já tínhamos 6 milhões de doses em estoque”, disse à CPI da Covid
O silêncio do governo federal sobre as vacinas do Butantan, em julho de 2020, tirou a chance do Brasil de ser o primeiro país no mundo a começar a vacinar sua população contra a covid-19.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou, nesta quinta-feira (27/05), à CPI da Covid, que o Instituto ofereceu, em julho de 2020, ao Ministério da Saúde 60 milhões de doses a serem entregues no último trimestre do ano passado.
Ele disse aos senadores não ter tido resposta alguma do governo sobre a oferta. Em agosto de 2020, o Butantan pediu ajuda ao Ministério da Saúde para bancar os custos do estudo do desenvolvimento da CoronaVac no Brasil e recursos para construir uma nova fábrica de imunizantes.
“Todas essas iniciativas não tiveram resposta positiva. Diziam apenas que iriam avaliar, ver a situação epidemiológica do país.”
Em 7 de outubro, o Butantan ofereceu 100 milhões de doses, sendo que 46 milhões seriam produzidas até o fim de 2020.
Covas citou ainda que ouviu do ex-ministro Eduardo Pazuello, na reunião com os governadores em outubro do ano passado na qual o titular da pasta anunciou a compra de 46 milhões de doses da Coroanvac, que esse imunizante seria “a vacina do Brasil”.
Logo após esse ato, Pazuello foi obrigado a voltar atrás, por ordem do presidente Jair Bolsonaro.
“Poderíamos ter sido o primeiro país do mundo a vacinar contra a covid. Quando o mundo estava começando a aplicar, em dezembro, nós já tínhamos 6 milhões de doses em estoque”.
Na abertura de seu discurso, Dimas Covas afirmou que o instituto é um dos mais importantes do mundo na área de imunização e fornece 10% de todas as vacinas contra a gripe no mundo.
Fonte: R7