Em pesquisa, CEDRA mostra desigualdade racial no acesso à saúde
Pesquisa do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA) revela desigualdades raciais no acesso à saúde no Brasil
Por Redação
O Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA) realizou uma pesquisa abrangente, reunindo especialistas em ciência de dados estatísticos, economistas e cientistas sociais para analisar e diagnosticar as disparidades no acesso aos cuidados de saúde com base na cor e raça.
A pesquisa revela que as diferenças raciais são evidentes em várias áreas da saúde. Por exemplo, em 2019, cerca de 28,2% das crianças negras menores de 2 anos não realizaram o teste do olhinho, enquanto essa proporção entre as crianças brancas foi de 14,3%. Além disso, o estudo destacou que 36,3% das mulheres negras adultas nunca haviam feito uma mamografia, em comparação com 21,4% das mulheres brancas.
Outros dados alarmantes mostram que mais mulheres negras nunca fizeram exames clínicos de mamas, e uma porcentagem significativamente menor de pessoas negras tinha acesso a planos de saúde médico ou odontológico em comparação com pessoas brancas. A pesquisa também revelou disparidades no pré-natal, com um número considerável de gestantes negras não recebendo o atendimento adequado.
Entre as iniciativas do CEDRA, está a plataforma aberta de dados raciais, lançada em dezembro de 2022, que reúne dados sobre escolaridade, renda, domicílio (condições de moradia), trabalho e, agora, saúde, com foco em mulheres negras, jovens e lei de cotas. Os dados são coletados de fontes oficiais e são realizados cruzamentos inéditos apresentados de uma maneira fácil e acessível, e com análises produzidas pelos especialistas
A pesquisa do CEDRA destaca a necessidade de garantir o acesso aos direitos humanitários de forma igualitária e sem discriminação, especialmente para a população negra. Essa questão está intrinsecamente ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda da ONU, em particular o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades), destacando a urgência de abordar as disparidades raciais na saúde como parte dos esforços globais para alcançar um mundo mais equitativo e saudável.