Famílias e 63 crianças morreram nos ataques na faixa de Gaza
Ataques na Faixa de Gaza deixaram 219 mortos, dos quais 63 eram crianças. Entre os mortos da família Al Kawalek estão as irmãs Yara, de 9 anos, e Rula, de 5. Ambas recebiam tratamento para traumas do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC)
Das 219 pessoas que morreram como resultado dos ataques na Faixa de Gaza, pelo menos 63 são crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, comandado pelo Hamas. Além disso, 1,5 mil pessoas ficaram feridas.
Acredita-se que pelo menos 13 membros da família Al Kawalek morreram enterrados nos escombros de sua própria casa quando um ataque israelense atingiu a rua Al Wihda, no centro da cidade de Gaza, na manhã de domingo.
Muitas das vítimas eram crianças e uma tinha apenas seis meses de idade, segundo relatos da mídia local.
“Não vimos nada além de fumaça”, disse um dos sobreviventes da família, Sanaa al Kawalek, ao jornal palestino Felesteen Online. “Eu não conseguia ver meu filho perto de mim. Eu o estava abraçando, mas não conseguia ver nada”.
As Forças Armadas de Israel (IDF) descreveram o bombardeio como “anormal” e disseram que as mortes de civis não foram intencionais.
Um porta-voz disse que os ataques aéreos causaram o desabamento de um túnel e de casas.
Entre os mortos da família Al Kawalek estão as irmãs Yara, de 9 anos, e Rula, de 5. Ambas recebiam tratamento para traumas do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC).
As Al Kawalek eram meninas educadas que sempre faziam seus deveres de casa na hora certa, disse um de seus professores, que não quis ser identificado.
Na sexta-feira, a esposa e os filhos de Muhammad al Hadidi — Suhayb, 13; Yahya, 11; Abderrahman, 8; Osama, 6; e Omar, de cinco meses — vestiram suas melhores roupas e foram visitar seus primos próximos no campo de refugiados de Shati, fora da Cidade de Gaza, para celebrar o Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã.
“As crianças vestiram suas roupas de Eid, pegaram seus brinquedos e foram para a casa do tio para comemorar”, disse o pai, de 37 anos, aos repórteres.
“Mais tarde, eles ligaram e pediram para passar a noite e eu aceitei”, disse ele.
No dia seguinte, o prédio onde estavam hospedados foi atingido por ataques israelenses. Omar, de apenas cinco meses, sobreviveu após ser resgatado dos escombros. Ele estava ao lado da mãe, que foi encontrada morta.
“Eles não carregavam armas, não estavam disparando foguetes”, disse al Hadidi sobre seus filhos. “O que eles fizeram para merecer isso? Nós somos civis.”
Em meio aos escombros estavam brinquedos infantis, um jogo de Banco Imobiliário e, no balcão da cozinha, pratos inacabados de comida do Eid.
Fonte: BBC Brasil