Festival de filmes curtos sobre direitos humanos está em sua 15ª edição
O Festival Internacional Entretodos, de 08 a 18 outubro, exibirá filmes curtos que abordam os direitos humanos de maneira transversal. Em entrevista ao site do Observatório, a curadoria da mostra falou sobre as temáticas pautadas nesta edição, sobre o poder do cinema enquanto ferramenta artística e pedagógica.
Por Iara de Andrade
O Festival Internacional voltado para filmes curtos que abordam os direitos humanos de maneira transversal, está prestes a acontecer. Realizado pela Secretaria Municipal de Direitos e Cidadania, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, a Spcine e a ESTATE Produções, o Entretodos está em sua 15ª edição.
Como espaço para a valorização da cultura, difusão e educação para os direitos humanos, o festival promove o debate sobre os diretos de todos, participação social, direito à moradia, à vida, à igualdade social, à orientação afetiva e sexual. Além disso, também procura abordar temas como: processos migratórios, direitos da juventude, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, ativismo político e ambiental e outros.
Os curtas-metragens selecionados serão exibidos entre os dias 08 e 18 de outubro, quando o o Júri Oficial deverá eleger as melhores produções concorrentes em oito categorias que receberão um prêmio de 2 mil reais cada. Em outras duas categorias os ganhadores irão receber um troféu de Melhor Atuação (Prêmio Léa Garcia) e certificados por menções honrosas. Haverá, ainda, a escolha de um curta pelo Júri Popular através de votação online no site do Festival, podendo também ser premiado pelo Júri Oficial.
Em entrevista ao Observatório do Terceiro Setor, Jorge Grinspum, que compõe a curadoria do Festival Internacional Entretodos, falou sobre as temáticas pautadas nesta edição.
A partir dos curtas inscritos, quais as pautas emergentes para temática Direitos Humanos nesta edição?
JG: Nosso festival recebe filmes de vários locais do país e de diversos países e temas relacionados aos Direitos Humanos e, por isso mesmo, há uma diversidade muito grande nas pautas abrangidas. Este ano, há uma grande convergência para as questões dos diversos tipos de desarranjos que as sociedades estão enfrentando, marcadamente na área das desigualdades sociais e problema relacionais.
O cinema é uma poderosa ferramenta artística e pedagógica para sensibilizar, mobilizar e alimentar. Podemos ver o Brasil a partir dos curtas metragens?
JG: Certamente e talvez da forma mais crua se formos pensar na expressão audiovisual. Os curtas são feitos com muito frescor e liberdade. Muitos deles trazem novidade na linguagem e no conteúdo. É possível enxergar várias faces do Brasil e do mundo que habitamos (recebemos filmes de vários países).
Essa já é a 15ª edição do Festival, o que mudou desde seu primeiro lançamento? Em participação, como foi o volume de inscrições neste ano?
JG: O mais importante não mudou, que é, justamente, essa característica vigorosa e novidadeira dos curtas metragens. Já em relação ao volume, mudou radicalmente, graças à democratização da produção audiovisual. De 2007 pra cá, praticamente passamos do analógico para o digital, de equipamentos muito custosos para câmeras, microfones, luzes e editores bastante mais acessíveis. Os temas e suas abordagens, também trazem uma constante atualização, mas inevitavelmente (e infelizmente) o que mais nos chega [enquanto temáticas], são a desatenção e o desrespeito aos direitos e à dignidade.
Você pode citar os temas de Direitos Humanos destacados pelo Festival em 2022?
JG: Recebemos muitos filmes voltados para essa crise generalizada nas relações de trabalho, sua precarização, os relacionamentos familiares desgastados e a procura por opções de melhoria de qualidade de vida minimamente digna. Esses temas se repetem em curtas de diversos locais, seja no Brasil, seja em outros países.
Se tratando de um festival que traz a tona o debate atualizado sobre direitos humanos, como foi estabelecido o júri da competição? Quais seriam os critérios mais relevantes na hora de avaliar cada produção?
JG: Nestes quinze anos tivemos o privilégio de receber em nosso júri representantes do mais amplo espectro da sociedade civil. Isso permite um contato especial com olhares amplificados e diversos sobre a efetividade do trabalho que é levar os temas da Cidadania e dos Direitos dos cidadãos. Isso leva à segunda parte da pergunta: os critérios são bastante livres e o processo passa pela apreciação dos curtas com a premissa de que sua difusão eventual premiação, alcance o melhor resultado para levar adiante a conversa e reflexão sobre os temas abordados conjuntamente à apreciação da qualidade artística dos filmes escolhidos.
O Festival Entretodos tem a finalidade de mobilizar o público em geral, estudantes, artistas, amadores e profissionais engajados, em vários pontos da cidade de São Paulo e demais regiões do estado e do país.
Confira o site para saber mais.