Fome atinge Brasil e Forças Armadas gastam milhões com Viagra e próteses penianas
Além de gastarem milhões de reais com filé mignon, picanha e salmão, Forças Armadas também usam dinheiro público para comprar Viagra e próteses penianas. Enquanto isso, 19 milhões de brasileiros passam fome
O Brasil passa por uma de suas piores crises, com mais de 19 milhões de brasileiros passando fome. Mas parece que a prioridade na hora de gastar o dinheiro público não é, nem de longe, atender as necessidades dos mais vulneráveis.
De janeiro de 2021 a fevereiro de 2022, sob a gestão do ex-ministro da Defesa Braga Netto, que deve ser o vice de Jair Bolsonaro na eleição, foram identificados processos no valor total de R$ 25,3 milhões para adquirir 557,8 mil quilos de filé mignon destinados aos comandos da Marinha, da Aeronáutica e do Exército, além da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel). Os dados foram identificados em levantamento realizado pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO).
O cardápio também inclui 373,2 mil quilos de picanha no valor total de R$ 18,7 milhões e 254 mil quilos de salmão, somando R$ 12,2 milhões. Esses montantes se referem a processos de compra, feitos mediante pregão ou dispensa de licitação, que foram aprovados e vão sendo adquiridos pelas Forças Armadas, gradativamente.
Dados do Portal da Transparência e do Painel de Preços do Governo apontam que os militares também aprovaram pregões para adquirir 35.320 comprimidos de remédio para o tratamento de disfunção erétil – leia-se Viagra. O total gasto com o medicamento foi R$ 92,7 mil.
A notícia gerou uma série de memes e piadas, além de indignação, já que o governo deveria ter outras prioridades.
O Exército alega que o medicamento é utilizado para o tratamento de hipertensão pulmonar. Mas as dosagens adquiridas, de 25 e 50 miligramas, são para disfunção erétil. Somente na dose de 20 miligramas o princípio ativo do remédio (sildenafila) é eficaz na hipertensão arterial pulmonar.
O presidente Jair Bolsonaro tentou minimizar o episódio, afirmando que “a quantidade comprada não é tão grande”.
Além dos gastos com Viagra, comandantes militares também chegaram a aprovar o gasto de quase R$ 3,5 milhões na aquisição de 60 próteses penianas infláveis de silicone, com tamanhos diversificados.
Os militares gastaram, ainda, R$ 2,1 mil com remédios que prometem solucionar o problema da calvície e R$ 546 mil que foram reservados, entre 2018 e 2020, à aquisição de botox. A substância botulínica funciona em procedimentos estéticos e, também, como relaxante de músculos.
Enquanto isso, milhões de brasileiros, incluindo crianças, não têm nada para comer, correndo o risco de morrer de fome.
Fonte: Istoé