Fórum de Políticas Públicas da FJLES promove debate sobre cobertura vacinal
A cobertura vacinal de crianças no Brasil apresenta níveis abaixo do necessário; o assunto é tema do 5º Fórum de Políticas Públicas de Saúde na Infância da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, que acontecerá em 24 de outubro.
Por Ana Clara Godoi
A cobertura vacinal diminuiu em 112 países entre 2019 e 2021, incluindo o Brasil. Durante o período, cerca de 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina contra póliomielite e da vacina DTP, que combate a difteria, tétano e coqueluche. A percepção sobre a importância da vacinação também teve queda no país – somente 88,8% das pessoas confiam na eficiência dos imunizantes.
O Ministério da Saúde recomenda que a cobertura vacinal cubra 95% da população infantil brasileira, porém o patamar não é alcançado desde 2015. Diante deste cenário, o 5º Fórum de Políticas Públicas de Saúde na Infância, promovido pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, reunirá profissionais da saúde, representantes do poder público, professores, pesquisadores e membros da sociedade civil para debater sobre o atual cenário da cobertura vacinal no Brasil.
Para o Dr. José Luiz Egydio Setúbal, presidente da Fundação que leva seu nome, a hesitação vacinal está entre os fatores responsáveis pela baixa cobertura vacinal no Brasil. “É um dos muitos motivos que nos levou a reunir especialistas de diferentes áreas para analisar dados, debater hipóteses, apontar caminhos e, com isso, incentivar governos, entidades e o público em geral a priorizar os investimentos na infância sobre esse tema. Esse é o papel do terceiro setor na discussão”.
Realizado anualmente pela FJLES, o Fórum de Políticas Públicas da Saúde na Infância tem como objetivo gerar e disseminar conhecimento técnico-científico para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a saúde na infância e adolescência. A edição de 2023 acontecerá no dia 24 de outubro, em formato híbrido.
“O Brasil corre o risco de ver voltar doenças já erradicadas, como a pólio e outras com índices muitos baixos de imunização e que já voltaram a subir, como é o caso do sarampo. Esse é um fenômeno mundial, mas precisamos reagir antes que seja tarde. Precisamos nos lembrar que a vacina é a melhor e mais segura forma de prevenção de uma série de doenças”.
No ano passado, o Fórum promoveu a discussão sobre insegurança alimentar em crianças e adolescentes, visto que mais da metade dos domicílios brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar e 33 milhões de pessoas passam fome no país. Edições anteriores abordaram temas como violência contra crianças e adolescentes, saúde mental, mortalidade infantil e obesidade.
A iniciativa contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 da Agenda 2030 da ONU, meta que promove saúde e bem-estar.