Ganhador do Nobel da Paz vai doar valor de seu prêmio a causas sociais
O jornalista russo Dmitry Muratov, ganhador do Nobel da Paz em 2021, anunciou que doará o valor total de seu prêmio a causas sociais que defende
Por Juliana Lima
O ganhador do Nobel da Paz 2021, o jornalista russo Dmitry Muratov, anunciou que irá doar 100% do valor de seu prêmio a causas sociais nas quais acredita. A quantia gira em torno de um milhão de dólares. Muratov é editor-chefe do jornal Novaya Gazeta e recebeu o prêmio ao lado da também jornalista Maria Ressa, das Filipinas. Ambos foram reconhecidos por seu trabalho e luta pela liberdade de expressão.
Recentemente, em entrevista à ONU News, Dmitry Muratov contou ter sentado com todo o conselho editorial do jornal Novaya Gazeta para decidir o que fazer com o valor do prêmio recebido. Segundo o jornalista, é natural que o reconhecimento de um prêmio tão importante se converta em ajuda à sociedade.
“Eu não vou aceitar e não vou receber nem um centavo desse prêmio. Isso, para mim, está fora de questão! Este é um Prêmio da Paz, então acredito que ele deva contribuir para este propósito”, disse.
Dessa forma, o dinheiro será doado para uma fundação de saúde que ajuda jornalistas, uma fundação que apoia crianças com atrofia muscular espinhal e outras doenças raras graves, para a Fundação Prêmio Anna Politkovskaya, para a Fundação Vera, que é uma instituição psiquiátrica infantil em Moscou, e para a Clínica Dmitry Rogachev, que atende crianças com leucemia.
Sobre seu trabalho e o reconhecimento que recebeu, Muratov disse: “O que é censura? É uma manifestação de desconfiança para seu próprio povo. Aqueles que introduzem a censura não confiam em seu povo. Em diferentes países do mundo, muitos indivíduos que, naturalmente, se consideram independentes, simplesmente não acreditam em seu povo. Eles acham que são eles que devem determinar o que as pessoas devem ler, assistir, ver e ouvir. Essa falta de confiança para com as pessoas é a coisa mais perigosa”.
Já sobre ganhar o prêmio ao lado de Maria Ressa, o profissional disse ficar honrado. “Ela é uma mulher excepcional que sozinha confronta a tirania”. Ambos concorreram ao Nobel da Paz ao lado de outros 329 candidatos, sendo 234 pessoas e 95 organizações.
Fontes: The Greenest Post e ONU News