História de irmãs que nadaram 3 horas para salvar refugiados vira filme
Em um bote inflável minúsculo no meio do mar Egeu, prestes a afundar, as irmãs pularam na água e nadaram por mais de três horas seguidas, diminuindo o peso do barco e salvando a vida de todos na embarcação.
As irmãs Yusra e Sarah Mardini eram adolescentes comuns quando a guerra da Síria explodiu, em 2011. Ambas competiam em campeonatos de natação e sonhavam um dia representar o país nas Olimpíadas. Mas o sonho das irmãs foi interrompido com a chegada da guerra e junto com milhões de pessoas precisaram fugir para não morrer.
Entre milhões de refugiados, as duas ganharam o noticiário por uma atitude heroica. Em um bote inflável minúsculo no meio do mar Egeu, prestes a afundar, as duas pularam na água e nadaram por mais de três horas seguidas, diminuindo o peso do barco e salvando a vida de todos na embarcação.
A história é retratada no filme As Nadadoras, que está em alta na Netflix e é baseado na autobiografia de Yusra, Butterfly: From Refugee to Olympian, My Story of Rescue, Hope and Triumph (Borboleta: De refugiada à atleta olímpica, minha história de resgate, esperança e triunfo, em tradução livre).
‘As Nadadoras’ apresenta a história real e emocionante das irmãs nadadoras Yusra e Sarah Mardini e suas jornadas quase milagrosas, de refugiadas de uma Síria devastada pela guerra, até as Olimpíadas do Rio de 2016. O longa biográfico acompanha a dedicação das atletas e aborda a força transformadora do esporte, que é capaz de mudar vidas. Protagonizado por Nathalie Issa (intérprete de Yusra) e Manal Issa (que deu vida à Sarah Mardini), ‘As Nadadoras’ é dirigido por Sally El Hosaini e possui duas horas e quinze minutos de duração.
“Eu não tinha medo de morrer. Eu sei nadar. Sabia que não aconteceria nada comigo nem com minha irmã. Tudo que aconteceu só me fez mais forte”, disse Yusra em entrevista ao Globo Esporte em 2016. “A natação salvou a minha vida e a de outras pessoas também. Sou grata por ser uma nadadora e não me perdoaria se não conseguisse salvar essas pessoas, já que na Síria cheguei a trabalhar como salva-vidas em uma piscina.”
Assim que chegaram em seu objetivo, as irmãs e os demais refugiados logo ganharam roupas para se aquecerem e, após algumas viagens, chegaram por fim à Berlim, capital da Alemanha. Lá, mais uma vez, a natação salvou a vida das duas jovens.
Em Berlim, conheceram o técnico do clube de natação local Wasserfreunde Spandau 04, Sven Spannekrebs, e logo puderam voltar a treinar. Foi então que Yusra voltou a sonhar em avançar em sua carreira esportiva, voltando a estabelecer a si mesmo o objetivo de participar das Olimpíadas. Em junho de 2016, somente cerca de cinco meses depois da entrevista, Yusra Mardini conseguiu se classificar e se tornar uma entre os dez atletas selecionados para o time de refugiados das Olimpíadas de 2016, realizada no Brasil.
Na época, porém, venceu uma bateria de 100 metros contra quatro outros nadadores e se classificou em 41º lugar, de 45 participantes no total. Hoje, Yusra possui 24 anos e segue em sua carreira como nadadora, além de ser Embaixadora da boa vontade da ACNUR. Já Sarah, sua irmã, que hoje possui 27 anos, abandonou a carreira esportiva logo que escapou da Síria, mas nunca deixou de incentivar a irmã mais nova.
Fonte: Aventuras na História/ UOL