Indígenas LGBTQIA+ são os que mais sofrem violência no Brasil
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTQIA+, realizada pela ONG TODXS, os indígenas LGBTQIA+ são os que mais sofrem violência no Brasil.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTQIA+, realizada pela ONG TODXS, os indígenas LGBTQIA+ são os que mais sofrem violência no Brasil. Segundo a pesquisa, 14,7% dizem ter sido fisicamente agredidos por agentes da força de segurança do país. As agressões aos indígenas LGBTQIA+ superam as de pessoas LGBTQIA+ amarelas (12,9%), pardas (8,1%), pretas (6,7%) e pessoas brancas (5,7%). A pesquisa ouviu mais de 15.000 pessoas.
A pesquisa ainda perguntou se as pessoas entrevistadas já haviam sofrido discriminação pela orientação sexual e o número de LGBTQIA+ indígenas superou os demais percentuais, com 79,5%, enquanto 69% dos entrevistados que se identificaram como amarelos relataram a discriminação, 71% eram brancos, 70% pardos e 74,6% entre pessoas pretas.
“Olhar para este grupo, no caso as pessoas LGBTQIA+, e colocar recortes de raça nos permite ver que a opressão e as violências contra ele são maiores. É extremamente importante a TODXS trazer não só dados das pessoas LGBTQIA+ no Brasil, mas também trazer esses dados com seus devidos recortes, para que a gente saiba, dentro da comunidade LGBTQIA+, quais são os sub-grupos que mais necessitam de suporte social, político e da comunidade como um todo”, explica o co-diretor executivo da TODXS, Gabriel Romão.
O contexto se agrava nas escolas, onde a discriminação afeta mais indígenas LGBTQIA+, onde 7,69% disseram se sentir constantemente discriminados, enquanto 5,38% afirmaram se sentir muito discriminados pelos professores, tutores ou coordenadores no Ensino Fundamental. Levando em consideração a população branca LGBTQIA+, para efeitos comparativos, 4,25% se sentem constantemente discriminados, enquanto 4,96% respoderam se sentir muito discriminados.
A pesquisa questionou os entrevistados se, para resolver problemas pessoais ou da comunidade, pediram ajuda ou cooperação a autoridades locais, como membros dos Poderes Executivos ou Legislativos. Entre as respostas positivas, a maioria é de indígenas LGBTQIA+ com 9%. Já em segundo lugar aparecem pessoas LGBTQIA+ pardas, com 7,7%.
A pesquisa ainda afirma que as pessoas indígenas LGBTQIA+ são os segundos entre aqueles que mais assistem a reuniões de partidos políticos ao menos duas vezes no ano (12,1%). Atrás somente de pessoas LGBTQIA+ pretas, com 13%.
Fonte: Exame