Mais de 222 mil brasileiros vão passar o inverno em situação de rua
O último estudo sobre pessoas em situação de rua no Brasil, publicado em março de 2020, mostrava que o número de brasileiros nessa situação havia chegado a 222 mil, e que tendia a aumentar com a crise econômica acentuada pela pandemia. Mais de 6 mil famílias foram despejadas no país em 2020
No dia 21 de junho começa o inverno no Brasil, que promete baixas temperaturas. Em pleno outono, trinta e uma cidades do Paraná já registraram a temperatura mais baixa de 2021 no dia 24/05, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Os termômetros chegaram, nessa ocasião, a 1,7°C na cidade de Entre Rios do Oeste, no oeste do estado.
Em 2021, o registro mais baixo foi em General Carneiro, no sul do Paraná, que atingiu -0,1°C na manhã de 28 de abril.
As capitais do país também estão sofrendo com o frio, que promete castigar mais ainda com a chegada do inverno.
Se as pessoas que precisam sair de casa para fazer suas tarefas diárias sofrem com o frio, para quem mora na rua a situação é muito pior. Somente em 2020, mais de 6 mil famílias foram despejadas no Brasil.
O último estudo sobre pessoas em situação de rua no Brasil, publicado em março de 2020, mostrava que o número de brasileiros nessa situação havia chegado a 222 mil, e que tendia a aumentar com a crise econômica acentuada pela pandemia.
No frio, com fome e em plena pandemia, centenas de milhares de brasileiros não têm um lar. Muitos os perderam durante a pandemia, junto com seus empregos.
Na semana passada, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso proibiu o despejo, durante 6 meses, de pessoas vulneráveis, e foi duramente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Em algumas capitais do país, como São Paulo, quando as temperaturas abaixam muito, carros da assistência social da prefeitura passam nas ruas para levar as pessoas que não têm um lar para os abrigos, que funcionam durante a noite. A partir das 8h da manhã as pessoas precisam deixar os abrigos. O problema é que o frio não escolhe horário.
Ameaças para quem ajuda
O padre Julio Lancelotti, conhecido por seu trabalho de ajuda a pessoas em situação de rua na capital paulista, lamenta a situação. Para o padre Julio, as medidas do poder público durante o período de crise sanitária não foram muito diferentes do que são em tempos normais.
“As respostas do poder público são todas institucionais, burocráticas e de tutela, e, por isso também, são muito rejeitadas. Uma resposta de autonomia seria a renda mínima, locação social, e não colocar todos dentro de espaços onde são tutelados”, explica.
“É só ir até o Pátio do Colégio [marco no centro de São Paulo] no fim do dia, ver a quantidade de gente que está na rua. A Praça da Sé é quase um acampamento. E a Prefeitura diz que tem vagas, mas vagas são para estacionamentos. Para pessoas, é preciso ter um lugar”.
O padre é constantemente ameaçado nas redes sociais por seu trabalho. Já foi até mesmo ameaçado de morte.
Marco Natalino, do Ipea, analisa que, em nível nacional, não houve coordenação para uma resposta única de acolhimento para essas pessoas durante a pandemia.
“Não há política de contar, nem de fazer vigilância em saúde ou socioassistencial, para saber onde essas pessoas estão, quais são suas características, suas necessidades, para de fato atendê-las.”
Fontes: CNN Brasil e G1
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30/06/2021 @ 17:17
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