Mulheres indígenas combatem incêndios para proteger suas aldeias
Diante das ameaças crescentes a seus territórios, mulheres indígenas atuam como brigadistas e combatem o fogo para proteger suas aldeias e a floresta
Por Ana Clara Godoi
Com o corte de orçamento para combate a incêndios florestais, mulheres indígenas passam a atuar como brigadistas para proteger suas aldeias e a floresta do fogo. Uma dessas mulheres é Sonia Barbosa, da aldeia Tekoa Ytu, localizada no Jaraguá, em São Paulo.
É do topo do Pico do Jaraguá que Sonia observa sinais de fogo. Diante de ameaças de um incêndio, a Guarani se une a outras mulheres nessa ação, majoritariamente dominada por homens, para impedir o fogo de destruir a natureza e a comunidade.
O cenário vem se agravando desde 2020, quando cortes orçamentários interromperam não somente a contratação de brigadistas temporários, mas também a pesquisa de mudanças climáticas e estratégias de prevenção às queimadas.
Segundo estudo realizado pela Global Forest Watch (GFW), até novembro de 2021, foram detectados 78.278 alertas de incêndio em territórios indígenas. Em 2020, o número foi de 81.566 alertas. Dos 25 territórios com maiores taxas de área queimada na Amazônia, somente 9 tinham brigadas em atuação, segundo estudo realizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Para Sonia, ser brigadista é a melhor forma de proteger sua aldeia. “Não adianta só a gente falar que protege a floresta, tem que atuar. E o melhor jeito pra isso é sendo brigadista. Na mata em fogo, a gente entra sem saber como vai sair. São muitos os riscos, pois estamos na linha de frente, mas é gratificante”, afirma.
Fonte: Repórter Brasil