Mulheres vivas: terceiro setor na proteção à vida
Organizações do terceiro setor buscam combater o feminicídio, crime que matou mais de quatro mulheres por dia em 2023. Conheça iniciativas de ONGs
Da Redação
O número de mulheres mortas pela condição de gênero cresceu no Brasil. Ao menos 10.655 foram vítimas de feminicídio entre 2015 e 2023; somente no ano passado, a violência fatal atingiu mais de quatro mulheres por dia. Os dados são de um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“Não podemos normalizar a morte de mais de 10 mil mulheres que foram assassinadas em menos de uma década pelo simples fato de serem mulheres”, explica a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
Diante do aumento de casos, organizações do terceiro setor de todo o Brasil buscam manter as mulheres vivas por meio de ações sociais, disseminação de informação e agendas legislativas. Uma delas é a ONG Justiceiras. A entidade social oferece orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, médica e, principalmente, uma rede de apoio online e gratuita. No site, é possível buscar ajuda ou realizar inscrição para trabalho voluntário na organização.
O Me Too Brasil, ONG brasileira que oferece atendimento às vítimas de violência sexual, lançou no dia 8 de março um canal 0800 para ampliar o atendimento e acolhimento. Em parceria com a Central de Atendimento Scooto, a iniciativa permite que a vítima, ao entrar em contato com a central, seja atendida e orientada por uma operadora do Me Too Brasil, que preenche um cadastro inicial de forma sigilosa e confidencial. Em até 24 horas, a equipe da organização entra em contato para agendar os serviços necessários, como acompanhamento psicológico ou orientação jurídica.
Outro serviço essencial para manter as mulheres vivas é o acolhimento sigiloso oferecido pela ONG Recomeçar. Localizada em Mogi das Cruzes (SP), a instituição acolhe mulheres em situação de violência e risco iminente de morte, com ou sem os seus filhos.
Quando se trata de conscientização, o uso da tecnologia permite maior abrangência. Por este motivo, a startup Mete a Colher usa as redes sociais para desmistificar o ditado “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, criando uma rede de apoio que ajuda mulheres a saírem de relacionamentos abusivos.
As ações estão alinhadas ao ODS 16, meta da Agenda 2030 da ONU que promove o combate à violência.