Na pandemia, força de trabalho feminina cai para 46% na América Latina
Dados da ONU revelam que a pandemia vai custar uma década de progresso econômico para as mulheres na região da América Latina
Por: Mariana Lima
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a pandemia vem ameaçando uma década de progresso econômico na região da América Latina.
Em todo a localidade, a participação das mulheres na força de trabalho caiu para cerca de 46%, sendo que um ano antes a taxa era de 52%, aponta o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da ONU.
No mesmo período, a taxa para os homens caiu de 73,6% para 69%, uma queda mais atenuada em comparação à feminina.
Os efeitos deste retrocesso, segundo o relatório, podem impactar na vulnerabilidade das mulheres à violência doméstica. A taxa de desemprego feminino na região chegou a 12% no ano passado, diz a Cepal, o que pode deixá-las dependentes de seus agressores.
Nas três décadas anteriores, a entidade afirma que a porcentagem de mulheres no mercado de trabalho na América Latina aumentou 11 pontos, um ganho mais acelerado do que em outras regiões do mundo.
Agora, no atual cenário pandêmico com as paralisações e as consequências econômicas da Covid-19, os estudos reforçam que as desigualdades entre homens e mulheres se agravarão.
O aumento dos cuidados infantis e das tarefas domésticas não remuneradas recaem quase que unicamente sobre as mulheres, que também perderam renda em setores pressionados como o varejo e serviços.
No ano passado, o McKinsey Global Institute estimou que os empregos das mulheres eram 1,8 vez mais vulneráveis à crise do que os dos homens.
A Cepal, em seu relatório, recomendou o uso da política fiscal para criar oportunidades de emprego, eliminar barreiras para as mulheres entrarem no crescente setor digital e garantir o acesso ao financiamento para mulheres empreendedoras.
Fontes: O GLOBO | Celina e UOL