Número de moradores de favelas com acesso à comida cai em 97%
Em um ano, 97% dos moradores de favelas perderam acesso a alimentos no Brasil. Dados da Rede Penssan dizem que a insegurança alimentar atinge cerca de 58% da população brasileira
Por Iara de Andrade
A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) divulgou em sua mais recente pesquisa, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid- 19 no Brasil, que cerca de 125,2 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar atualmente. O número representa 58,7% da população. Além disso, 33 milhões de pessoas passam fome no país.
Na periferia, os números são ainda maiores: o número de moradores de favelas com acesso a alimentos despencou 97% em um ano. Em Paraisópolis, por exemplo, filas diárias se formam nos pontos de distribuição de comida que já não conseguem atender a população da maior favela do Estado de São Paulo.
“O morador de comunidade é o primeiro a ter seu emprego cortado, e o último a voltar para o mercado de trabalho. Nunca existiu home office dentro da favela. O que existe é fome, falta de investimento e descompromisso”, afirma Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas.
O G10 Favelas é uma organização sem fins lucrativos e atualmente representa o maior bloco de líderes e empreendedores que trabalham com ações para impulsionar o número de negócios nessas comunidades e gerar renda e oportunidades aos moradores. Empresas estimuladas pelo Hub de inovações do bloco já movimentam R$ 8 bilhões por ano nas favelas em que atuam.
Em parceria com a Favela Brasil Xpress, o bloco lidera a campanha S.O.S. Pernambuco, que atende seis mil famílias desabrigadas. Toneladas de doações são transportadas de São Paulo à Casa Amarela, a 6ª maior favela do país, em Recife. Para contribuir, acesse o site.