O que é a Bancada da Educação, que acaba de ser lançada em São Paulo?
Movimento social visa fortalecer a educação, com diálogo e construção de políticas públicas
No dia 23 de agosto, a capital paulista ganhou um núcleo da Bancada da Educação, um movimento que já está presente em diversas cidades brasileiras e visa promover o diálogo entre Poder Público e sociedade civil, com foco na construção de políticas públicas capazes de melhorar a qualidade do ensino no país.
Uma das premissas da Bancada da Educação é que as políticas públicas não podem ser pensadas apenas em nível federal, já que cada cidade ou região tem uma série de particularidades. Por isso, a Bancada incentiva também o diálogo com vereadores e deputados estaduais, e a discussão de ações locais.
O movimento da Bancada da Educação também pretende incentivar candidaturas de políticos que se comprometam a promover iniciativas para o fortalecimento da educação, independentemente dos partidos aos quais eles pertençam.
Outra proposta do movimento é gerar na própria sociedade civil a base de projetos de lei. Assim, mais do que cobrar soluções de quem está na política, a Bancada também irá sugerir soluções concretas para os problemas existentes na educação.
A importância do diálogo
Um dos idealizadores da Bancada em São Paulo, Miguel Thompson, destacou diversas vezes ao longo do evento de lançamento a importância do diálogo, principalmente com quem pensa diferente. “Não basta dialogar só com quem pensa igual à gente. Para que cheguemos a uma síntese, precisamos da tese e da antítese”.
Com isso, Thompson deixou claro que o movimento permanecerá de portas abertas para candidatos e eleitos de diferentes partidos e posicionamentos políticos, desde que eles estejam abertos ao diálogo e interessados em atuar pela educação.
Entre os políticos que participaram do lançamento da Bancada estão a deputada estadual Marina Helou, da Rede Sustentabilidade; a codeputada estadual Paula Aparecida, da Bancada Ativista; o deputado estadual Daniel José, do Novo; e o vereador Police Neto, do PSD.
Um movimento plural
Uma das propostas da Bancada da Educação, que é uma iniciativa da sociedade civil, é reunir educadores, ativistas, representantes de organizações da sociedade civil e políticos em torno da educação. A ideia é ter, assim, um movimento plural, que reflita as diferentes realidades de quem mora em São Paulo.
Pensando nisso, o evento para lançar o movimento oficialmente na capital paulista contou com representantes de diversas regiões de São Paulo, de norte a sul, e com diversos tipos de vivências. De professores de universidades públicas, como Ana Estela Haddad, que dá aulas na Universidade de São Paulo (USP), a professores de escolas públicas na periferia, como Marcus Schaefer, que é também membro do Coletivo Estética Urbana.
Houve, ainda, representantes de organizações que não são focadas em educação, mas que defendem a pauta. Pedro Kelson, do Pacto Pela Democracia, e Guilherme Melles, do Quebrando o Tabu, estavam entre esses convidados.
Educação x escolarização
Um dos pontos levantados pelos especialistas presentes foi que, muitas vezes, quando pensamos em educação, pensamos apenas em escolas, mas a educação é algo mais amplo.
“A educação passa por todos os âmbitos da nossa vida”, resumiu Helena Singer, da Ashoka.
Segundo a deputada estadual Marina Helou, para promover a educação, é fundamental ter uma visão transversal, já que questões como a saúde da criança e o acesso dela ao transporte público podem potencializar ou prejudicar seu aprendizado.
Para o vereador Police Neto, é fundamental construir projetos para redesenhar a cidade, de forma que a educação esteja viva em diversos espaços, e não só nas escolas. Para exemplificar, ele falou de como as crianças que estudam no centro conseguem transitar por bibliotecas e outros espaços culturais, para complementarem seu aprendizado, mas o quanto isso é inacessível para muitas crianças nas periferias.
Para saber mais sobre a Bancada da Educação e ler seu manifesto, clique aqui.