ONG faz alerta sobre violência indiscriminada e punição coletiva em Gaza
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) soltou uma nota dizendo que está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques à Gaza que estão sendo realizados por Israel. A ONG pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) soltou uma nota dizendo que está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques a Gaza que estão sendo realizados por Israel.
O Médicos Sem Fronteiras é uma organização internacional que leva profissionais de saúde para várias regiões que passam por algum tipo de crise no mundo. Ela foi criada em 1971, na França, por médicos e jornalistas, que atuaram como voluntários nos anos 60 em uma guerra civil na Nigéria.
A ONG pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência.
As pessoas devem ter acesso seguro a recursos básicos, como alimentos, água e instalações de saúde. Os suprimentos humanitários essenciais, como medicamentos, equipamentos médicos, alimentos, combustível e água, também devem ter permissão para entrar no enclave de Gaza.
Para facilitar essa entrada, a ONG pede que a passagem na fronteira de Rafah com o Egito, seja aberta e os bombardeios no local de passagem devem cessar.
Cerca de 2,2 milhões de pessoas estão atualmente presas na Faixa de Gaza, onde bombardeios indiscriminados transformaram uma crise humanitária crônica em uma catástrofe. Mais de 300 profissionais de MSF estão em Gaza. Alguns deles perderam suas casas ou membros da família – tem sido quase impossível para eles se deslocarem.
“Os jatos de combate estão demolindo ruas inteiras, quarteirão por quarteirão. Não há lugar para se esconder, não há tempo para descansar”, diz Matthias Kennes, coordenador-geral de MSF em Gaza.
“Alguns lugares estão sendo bombardeados por noites consecutivas. Sabemos como foi em 2014 e em 2021, quando milhares de pessoas morreram. Cada vez que nossos colegas médicos vão para o trabalho, não sabem se verão suas casas ou suas famílias novamente. Mas eles dizem que desta vez é diferente. Desta vez, após cinco dias, já foram registradas 1.200 mortes. O que as pessoas podem fazer? Para onde elas devem ir?”, lamenta Matthias Kennes.
A ONG diz que milhões de homens, mulheres e crianças estão enfrentando uma punição coletiva na forma de cerco total, bombardeios indiscriminados e ameaça constante de uma batalha terrestre. E diz ser preciso estabelecer espaços seguros e permitir a entrada de suprimentos humanitários em Gaza. Os feridos e doentes devem receber atendimento médico. As instalações e equipes médicas devem ser protegidas e respeitadas; hospitais e ambulâncias não devem ser alvos.
Os profissionais de MSF dizem estar testemunhando um nível de destruição que já pode ter excedido as escaladas anteriores. Dois dos hospitais que MSF apoia, Al-Awda e o Hospital Indonésio, sofreram danos em ataques aéreos, enquanto a própria clínica de MSF sofreu alguns danos em uma explosão.
Atualmente, MSF administra de forma autônoma uma clínica da organização, apoia o hospital Al- Awda, o hospital Nasser e o Hospital Indonésio em Gaza. No dia 10 de outubro, MSF reabriu uma sala de operações em Al-Shifa, para receber pacientes com queimaduras e traumas.
MSF pede ao governo de Israel que cesse sua campanha de punição coletiva contra toda a Faixa de Gaza. As autoridades e facções israelenses e palestinas devem estabelecer espaços seguros. A entrada de assistência humanitária, alimentos, água, combustível, remédios e equipamentos médicos na Faixa de Gaza deve ser facilitada urgentemente, pois se isso não for feito, mais vidas serão ceifadas.
Fonte: Médicos sem Fronteira