ONG faz cartilha para impulsionar empregabilidade de Trans e travestis
Realizado pela ONG TODXS, o Guia de Boas Práticas – Mês da Visibilidade Trans e Travestis é uma cartilha que pretende contribuir para aumentar a empregabilidade de pessoas Trans e conscientizar empresas para criar um ambiente de trabalho estável para estas pessoas
Por Redação
Em 29 de janeiro comemora-se o Dia Nacional da Visibilidade Trans, marcando a importância da valorização destas pessoas para combater a violência de gênero, preconceitos e os efeitos prejudiciais da cultura anti-trans vigentes na sociedade.
A data foi oficializada em 29 de Janeiro de 2004, quando 27 pessoas trans e travestis foram até o Congresso Nacional lançar a campanha criada em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde: “Travesti e respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na vida”.
Trazendo atenção às reivindicações da população travesti e trans brasileiras, a data celebra desde 2004 o orgulho, a existência, a conscientização e a resistência da comunidade dentro do movimento LGBTI+ no Brasil. A data global, celebrada em 31 de março, reforça este coro ao trazer cenários e possibilidades diversas de políticas públicas para esta população em várias partes do mundo.
O terceiro setor conta com diversas organizações engajadas na causa, entre elas, a ONG TODXS, que criou o Guia de Boas Práticas – Mês da Visibilidade Trans e Travestis, uma cartilha com orientações práticas concebida para promover a inclusão, inserção e retenção de pessoas trans e travestis nas empresas brasileiras.
Na cartilha, estão presentes informações didáticas, como as explicações das diferenças entre orientação sexual e romântica, sexo biológico e expressão de gênero, que podem causar confusão entre pessoas menos familiarizadas com os termos. É possível, ainda, encontrar uma linha do tempo das principais conquistas da população trans e travesti no Brasil e uma lista com as principais formas de discriminação no mercado de trabalho.
A cartilha pode ser acessada aqui.
No Brasil, diversas conquistas marcaram o reconhecimento dos direitos das pessoas trans. Entre esses avanços, destaca-se a autorização para o uso do nome social em repartições e órgãos públicos federais, conforme estabelecido pelo Decreto 8.727/16. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a garantir o direito à cirurgia e tratamento de redesignação sexual para homens trans desde 2008 e para mulheres trans desde 2019. Os candidatos trans também foram contemplados com o direito de utilizar o nome social na urna eletrônica, respaldado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde as eleições de 2018. Um marco significativo ocorreu em 2022, quando Érika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) foram eleitas as duas primeiras deputadas federais trans, com mandatos estendendo-se até 2027. Esses eventos refletem uma evolução progressiva na promoção da inclusão e reconhecimento dos direitos das pessoas trans no país.
A TODXS é formada por mais de 50 pessoas voluntárias que possuem o sonho comum de transformar o Brasil em um país mais seguro e inclusivo para pessoas LGBTI+, gerando impacto para a comunidade por meio do uso do empreendedorismo, empregabilidade, educação, pesquisa e comunicação. Por meio da cartilha, a TODXS alinha-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda ONU, mais especificamente as metas relacionadas a igualdade de gênero e trabalho recente e crescimento econômico (ODS 5 e 8).