Pesquisa mostra como prever a queda de árvores em São Paulo
Por Redação
Recentes dados sobre a queda de árvores na cidade de São Paulo, especialmente durante as semanas de chuva, revelam uma situação preocupante, com a região central destacando-se como um “hotspot” (locais com uma grande biodiversidade, mas que foram devastados pela ação do ser humano) desse fenômeno. A pesquisa, conduzida em colaboração entre USP, Unifesp, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Prefeitura de São Paulo, utiliza como base informações de 456 árvores que caíram na área da Administração Regional da Sé, abrangendo oito bairros historicamente relevantes na capital.
A pesquisa, publicada na revista científica Urban Forestry & Urban Greening e relatada no portal da Agência FAPESP, revela que o município registra anualmente cerca de 2 mil quedas de árvores urbanas, excluindo parques públicos e áreas de proteção ambiental. Durante as chuvas de 8 e 9 de janeiro, que atingiram a região metropolitana com ventos de até 94 km/h, o Corpo de Bombeiros recebeu aproximadamente 250 chamados por incidentes do tipo. A pesquisa identificou fatores preditivos, como estado da madeira, estrangulamento da raiz e podas drásticas, associados às quedas.
Desenvolvida em parceria entre renomadas instituições acadêmicas e a administração municipal, o estudo oferece diretrizes e papéis para diversos atores a fim de reduzir o impacto das quedas de árvores. Recomendações incluem avaliação detalhada da madeira, práticas adequadas de poda e garantia de espaço para o crescimento da raiz. A pesquisa, inserida no contexto do Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU) lançado em 2020, busca contribuir para uma visão holística da arborização da cidade.
Ao abordar questões cruciais para a segurança urbana e o meio ambiente, a análise sobre quedas de árvores em São Paulo se alinha diretamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. A importância de uma gestão sustentável das árvores e a prevenção de danos se conectam diretamente aos esforços globais para promover cidades sustentáveis e ação climática (ODS 11 e 13).
Pesquisadores, com estudo apoiado pela FAPESP, falam sobre o manejo adequado das florestas urbanas. Para saber mais, veja matéria na íntegra publicada pela Agência FAPESP.
Além desta pesquisa, o grupo responsável já publicou estudos anteriores sobre a arborização em São Paulo, destacando influências como altura de prédios, idade do bairro e condições climáticas. Reconhecendo os desafios de manejar as mais de 650 mil árvores na cidade, o grupo destaca a necessidade de uma visão holística para melhorar, monitorar e manter uma arborização verde e saudável, contribuindo para serviços ecossistêmicos e minimizando prejuízos.
Fonte: Agência FAPESP.