ONU promove ações em memória das vítimas do Holocausto
No mês em que se comemora o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a ONU promove ações que conscientizem a população sobre os acontecimentos no período da Segunda Guerra Mundial, enfatizando a importância de prevenir futuros atos genocidas
Por Ana Clara Godoi
Neste 27 de janeiro é comemorado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em evento especial, a Organização das Nações Unidas marca a data com sobreviventes, familiares de vítimas, acadêmicos e artistas na sede da Assembleia Geral.
Uma série de eventos com o tema “Lar e pertença” está agendada em Nova Iorque, com objetivo de refletir sobre o assunto até fevereiro. A Assembleia Geral também estabeleceu um departamento sobre a lembrança do Holocausto e o programa de divulgação. A Resolução 60/7 incentiva a mobilização da sociedade civil para a memória e educação sobre tema, ajudando a prevenir futuros atos de genocídio.
Em mensagem, o secretário-geral António Guterres destacou que o genocídio de judeus era evitável. Ele citou ainda vítimas como povos roma e sinti, pessoas com deficiência e outros grupos que morreram pelas mãos do nazismo. O chefe da ONU enfatizou que os nazistas só puderam atuar com uma crueldade calculada, com atos desde a discriminação dos judeus da Europa até à sua aniquilação, porque poucas pessoas se manifestaram e muitos outros nada fizeram.
A mensagem pontua que existiu silêncio em níveis nacional e internacional diante de sinais que indicavam o acontecimento desde o início. Os alertas eram o discurso de ódio, desinformação, descaso pelos direitos humanos e Estado de direito, exaltação da violência e da supremacia racial, além do pouco caso pela democracia e diversidade.
Para o secretário-geral, ao relembrar o Holocausto o mundo reconhece as ameaças à liberdade, à dignidade e à humanidade, inclusive no tempo atual. O chefe da ONU pediu que o genocídio nunca seja esquecido, e nem se permita que outros o esqueçam, distorçam ou neguem.
A ONU interage com parceiros desenvolvendo iniciativas em nível global por meio de elementos educacionais, programas de capacitação profissional, filmes, painéis de discussão e exposições. Nas vésperas da cerimonias centrais deste ano, a sede das Nações Unidas apresentou uma exibição inédita com mais de 4,8 milhões de nomes, locais de nascimento e morte das vítimas do Holocausto. O propósito da ação é “alertar sobre o perigo do antissemitismo e de toda forma de preconceito e ódio”.