Parceria entre UNICEF e FJLES realiza campanha de vacinação infantil
Para garantir o acesso das crianças à vacinação, o UNICEF e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal monitoram e oferecem cobertura vacinal em mais de dois mil participantes do Selo UNICEF na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro
Por Ana Clara Godoi
A vacinação é uma das políticas de saúde pública mais efetivas para a proteção, tanto individual quanto coletiva, de doenças. Desde 2015, houve uma redução nas taxas de vacinação de rotina – principalmente de crianças menores de cinco anos, queda acentuada durante a pandemia de covid-19. Atualmente, o Brasil conta com uma cobertura vacinal das mais baixas da sua história desde a criação do Programa Nacional de Imunizações.
Cerca de 1,6 milhão de crianças no país não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, entre 2019 e 2021; outras 700 mil tomaram a primeira e/ou a segunda dose, mas não tomaram a terceira (DTP3). Isso leva a um total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas, segundo o relatório Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação, do UNICEF.
Diante deste cenário, nasceu a iniciativa de criação da Busca Ativa Vacinal (BAV), uma plataforma tecnológica inovadora e gratuita para apoiar os governos locais na identificação, registro e monitoramento de crianças não imunizadas ou em risco de não receberem vacinas. Para sua realização, o UNICEF conta com parceria estratégica da Pfizer e apoio da Fundação José Luiz Egydio Setúbal.
“É sabido que quanto maior a vulnerabilidade social das crianças e suas famílias, maior o atraso vacinal. Por isso, achamos a iniciativa do UNICEF de suma importância e resolvemos apoiar para garantir o desenvolvimento saudável de tantas crianças sem acesso à vacinação”, afirma o pediatra José Luiz Egydio Setúbal.
Foram escolhidos quatro municípios como pilotos da iniciativa: Abaetetuba (PA), Barreirinha (AM), Baturité (CE) e Campina Grande (PB). “Para a plataforma poder ser testada de diferentes maneiras, foram escolhidas cidades com características demográficas, realidades e diversidade étnica diferentes”, diz Cássia Marghett, oficial de filantropia para a Busca Ativa Vacinal.
Abaetetuba, cidade de 160 mil habitantes, possui 72 ilhas, com comunidades ribeirinhas. Em muitos lugares o acesso é só por barco. “Temos a UBS Fluvial para chegarmos a essas regiões. Por cerca de 20 dias, a equipe de campo, formada por um médico, um enfermeiro, um dentista e agentes comunitários, visita essas comunidades”, conta Antônio Cabral. O barco é equipado com um laboratório para as coisas mais básicas e ali também funciona o próprio posto de vacinação. “Eles fazem desde atendimento de urgência até pré-natal. É um trabalho extremamente inspirador do ponto de vista humano e de resultados”, diz Fátima Rodrigues Fernandes, diretora executiva do Instituto PENSI.
A estratégia da Busca Ativa Vacinal é voltada aos mais de dois mil municípios brasileiros participantes da iniciativa Selo UNICEF na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro. Com os bons resultados nos municípios-pilotos, a Fundação José Luiz Egydio Setúbal dará continuidade a seu apoio. A iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 3 e 10, metas da Agenda 2030 da ONU que dizem respeito, respectivamente, à saúde e bem-estar e à redução das desigualdades.
Fonte: Fundação José Luiz Egydio Setúbal