Pesquisa aponta aumento da produção de lixo no Brasil em 10,36%
Os dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), revelam que no período de 2010 a 2014, a geração de lixo cresceu 10,36%, desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos começou a vigorar no país.
Segundo o presidente da entidade, Carlos Silva Filho, em entrevista a Agência Brasil, a política vigente não foi suficiente para mudar a cultura de produção e gestão do lixo no Brasil. Ele cita que entre as dificuldades para o funcionamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, existe a falta de vontade política das prefeituras, pouca capacidade técnica e falta de recursos.
Segundo a Abrelpe, o descarte do lixo é em locais inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde. No ano anterior, o percentual foi 41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu 400 municípios, o equivalente a 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera, em média, 1,062 quilo de lixo.
Esse dados mostram que mais de 78 milhões de brasileiros, ou 38,5% da população, não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos. Além disso, mais de 20 milhões de pessoas não dispõem de coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos materiais gerado não são recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%, entre 2013 e 2014. A coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.
Esta é a primeira pesquisa que retrata a situação da gestão dos resíduos, depois da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em relação à reciclagem, a pesquisa revela uma evolução de 7,2 ponto percentual. Em 2010, apenas 57,6% dos municípios tinham alguma iniciativa de coleta seletiva. No ano passado, o percentual aumentou para 64,8%.