Pesquisa aborda qualidade de vida de pessoas com deficiência em SP
Segundo a pesquisa, 34% dos entrevistados já sofreram ou presenciaram algum tipo de preconceito contra pessoas com deficiência no transporte público
Por: Mariana Lima
De acordo com a pesquisa ‘Viver em São Paulo – Pessoa com Deficiência‘, realizada pela Rede Nossa São Paulo, 34% dos entrevistados já sofreram ou presenciaram algum tipo de preconceito contra pessoas com deficiência no transporte público. Entre os que possuem algum tipo de deficiência, convivem ou conhecem quem tem, o índice sobe para 51%.
Ao todo, o levantamento ouviu 800 pessoas acima de 16 anos, divididas entre 171 pessoas com deficiência e 617 sem deficiência. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
Em espaços públicos e de convivência, o preconceito é percebido por 31% das pessoas. Entre a população que tem deficiência ou convive com quem tem, o índice sobe para 45%.
Além do transporte público foram avaliados outros espaços, como o ambiente familiar, a escola, hospitais, igrejas e espaços de trabalho.
Dentre os citados, o local com menos preconceito foi a igreja, com 6% da percepção entre todos os entrevistados, e 12% entre quem tem ou convive com quem tem deficiência.
Em relação à acessibilidade, a maior parte dos entrevistados avalia as ruas e calçadas de São Paulo com o menor percentual de “bom” ou “ótimo” (10%).
Já as igrejas são classificadas como boas ou ótimas por 42% dos entrevistados, seguidas pela estações de trem ou metrô (39%), escolas e faculdades (34%), hospitais e postos de saúde (32%), trabalho (28%), pontos de ônibus (27%), ônibus municipais (27%) e praças e parques (24%).
Para 26% dos entrevistados, garantir a acessibilidade em todos os espaços e ferramentas públicas, como semáforos, é a principal medida para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência na capital.
12% consideram fundamentais medidas que garantam vagas em creches para todas as crianças com deficiência. 11% acreditam que uma medida imediata deveria destinar ônibus e vagões de trens e metrô adaptados para o transporte exclusivo de pessoas com deficiência.
Promover a criação de escolas adaptadas para receber crianças com deficiências é prioridade para 8% dos entrevistados. 7% consideram importante aumentar a inclusão em atividades culturais desenvolvidas pela prefeitura.
Já 6% exigem a garantia do cumprimento da Lei de Cotas (Lei 8213/91) para assegurar a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
O levantamento ainda revelou que as pessoas têm um maior contato com a população com deficiência em hospitais e postos de saúde (28%), em São Paulo.