Polícia investiga morte de 3 grávidas após nebulização com hidroxicloroquina
Denúncia aponta que pelo menos três mulheres grávidas morreram após o tratamento de nebulização com hidroxicloroquina. Os casos foram registrados na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), em Manaus
A delegada Deborah Souza, titular do 15º Distrito Integrado de Polícia (DIP), informou que recebeu uma denúncia do Comitê de Violência Obstétrica do Amazonas e da ONG Humaniza sobre mortes de pacientes após procedimento médico de nebulização.
Conforme a denúncia, pelo menos três mulheres grávidas morreram após o tratamento de nebulização com hidroxicloroquina. Os casos foram registrados na maternidade Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), em Manaus – AM.
A delegada informou, ainda, que o tratamento de nebulização de hidroxicloroquina em casos de Covid não é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz, em março, na qual pede fortemente que o medicamento não seja usado nesse tipo de situação.
A delegada explicou que os médicos que atenderam as pacientes já foram identificados e serão intimados a prestar esclarecimentos sobre a situação.
Segundo o procurador Igor Starling, do Ministério Público do Amazonas, o órgão iniciará uma investigação para apurar a responsabilidade civil, administrativa e criminal sobre o caso.
“Se constatar que foi proposital e que assumiu o risco de praticar aquilo, como um profissional está assumindo na área que atua, vai responder por homicídio. Pois o médico, no momento que ele se responsabiliza por um tratamento diverso daquele, ele assume o risco da sua tática e ele é responsável por aquilo”, disse.
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), a nebulização com hidroxicloroquina adotada não faz parte dos protocolos terapêuticos da maternidade, “nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares”.
A SES-AM informou em nota que determinou abertura de sindicância e o afastamento da médica que realizou o tratamento.
Fonte: G1