Professora da UFRJ mantinha idosa em regime de trabalho escravo
A vítima trabalhava como empregada doméstica sem receber salário e foi encontrada em um quarto sem energia elétrica, aparentando desnutrição. Além disso, segundo relatos de vizinhos, a idosa sofria violência física
Por: Mariana Lima
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) entrou com uma ação contra uma professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De acordo com investigações, a professora mantinha uma empregada doméstica idosa em condições de trabalho análogas à escravidão.
Além disso, a docente ainda teria se apropriado do auxílio emergencial da idosa de 63 anos, que foi resgatada da casa da professora, localizada na Zona Norte do Rio, ainda em janeiro.
O resgate ocorreu durante uma força-tarefa de órgãos federais contra o trabalho escravo. Ela trabalhava na residência há quase quatro décadas, desde 1983, e não recebia remuneração.
À Justiça, o MPT solicitou que a professora pague R$ 1,3 milhão em indenização por danos morais e coletivos, além de uma pensão e pagamento retroativo de salários.
No dia do regaste, a idosa foi encontrada dormindo em um quarto sem energia elétrica. De acordo com o MPT, ela aparentava desnutrição, e, segundo relatos de vizinhos, vivia sob constantes maus tratos, violência física, e realização de trabalhos exaustivos, sob o sol, atividades incompatíveis com a sua idade e porte físico.
A idosa ainda era obrigada a catar latas de alumínio nas ruas, com o objetivo de vendê-las e reverter o dinheiro obtido à ré.
Após ser resgatada, ela informou que não tinha livre acesso a alimentos e água potável e que a professora jogou fora seus pertences, nos quais havia anotações particulares, nas quais constavam contatos de seus parentes.
Atualmente, a trabalhadora está em um Centro de Acolhimento da Prefeitura do Rio. Não há prazo para que a Justiça analise o caso.
Fonte: UOL Notícias