Profissionais da assistência social estão vulneráveis à Covid-19, diz FGV
Estudo indica que os profissionais da assistência social não se sentem preparados ou bem equipados para lidar com a Covid-19, e que as condições já precárias de trabalho pioraram
Por: Mariana Lima
Com o início da quarentena, em março, o Conselho Federal de Serviço Social produziu um documento com orientações bem diretas aos profissionais da categoria explicando como agir e realizar o trabalho enquanto a pandemia durasse. No entanto, três meses depois, o que se observa é um cenário de abandono dos profissionais e de quem é atendido por eles.
Analisando este cenário, o Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) organizou um estudo que mostra a percepção dos profissionais da assistência social pelo pais. Os resultados pouco animadores revelam que muitos não se sentem preparados, protegidos ou treinados para atuar neste momento.
No total, a pesquisa recebeu 439 respostas de profissionais da assistência social de todo o país, tendo a maior participação da região Sudeste (54%) e de profissionais mulheres (86%).
Vale ressaltar que o questionário não ficou restrito aos profissionais do serviço social, mas ouviu todas as categorias que trabalham na assistência social, como psicólogos.
De acordo com o estudo da FGV, 91% dos entrevistados têm medo de contrair a Covid-19, 61,5% não se sentem preparados para atuar em meio à pandemia, 87% não receberam um treinamento adequado e 61,5% não chegaram a receber equipamentos de proteção adequados para trabalhar.
O cenário é preocupante, uma vez que a assistência social é responsável por atender a população mais vulnerável, social e economicamente.
O estudo da FGV ainda revela que entre os 169 profissionais que receberam equipamentos de proteção, 26% responderam que a qualidade deles é ruim.
Fonte: Gênero e Número