Relatório do The Economist diz que Brasil vive sua pior crise desde 1985
De acordo com a revista britânica The Economist, o Brasil vive sua pior crise desde o retorno à democracia em 1985, e principal responsável por isso é o governo do presidente Jair Bolsonaro
Um relatório especial da revista britânica The Economist, publicado na quinta-feira (03/06), afirma que o Brasil vive hoje “sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985” e atribui a maior parte dos problemas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
O relatório, que contém sete reportagens em 11 páginas, traz uma imagem do Cristo Redentor usando uma máscara de oxigênio e a manchete ‘On the brink’ (‘Na beira’).
“Seus desafios [do Brasil] são assustadores: estagnação econômica, polarização política, ruína ambiental, regressão social e um pesadelo ambicioso. E teve de suportar um presidente que está minando o próprio governo. Seus comparsas substituíram funcionários de carreira. Seus decretos têm forçado freios e contrapesos em todos os lugares”, diz o texto de abertura do relatório assinado pela correspondente do The Economist no Brasil, Sarah Maslin.
A revista diz que Bolsonaro encerrou a investigação da Lava Jato após acusações feitas contra seus filhos — beneficiando “políticos corruptos e grupos criminosos organizados” —, não promoveu mais reformas significativas desde a reforma da Previdência de 2019 e causou danos à Floresta Amazônica, por se solidarizar com madeireiros, mineiros e fazendeiros que promovem o desmatamento.
“Ele levou uma motosserra para o Ministério do Meio Ambiente, cortando seu orçamento e forçando a saída de pessoal competente. A redução do desmatamento requer um policiamento mais firme e investimento em alternativas econômicas. Nenhum dos dois parece provável.”
No artigo que conclui o relatório — intitulado ‘Hora de ir embora’ — a revista diz que o futuro do Brasil depende das eleições de 2022, e que a prioridade mais urgente do país é se livrar de Bolsonaro.
“Os políticos precisam enfrentar as reformas econômicas atrasadas. Os tribunais devem reprimir a corrupção. E empresários, ONGs e brasileiros comuns devem protestar em favor da Amazônia e da Constituição”, diz a revista.
“Será difícil mudar o curso do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é votar para retirá-lo do poder.”
A revista não sugere qual candidato seria o mais indicado para governar o Brasil.
O relatório traz também análises sobre corrupção e crime, Amazônia, reformas políticas e eleitores evangélicos.
Fonte: BBC Brasil