Repórter do Observatório ganha Prêmio Jovem Jornalista
A iniciativa, promovida pelo Instituto Vladimir Herzog, visa reconhecer trabalhos de relevância feitos por estudantes de jornalismo
Por: Isabela Alves
A repórter Mariana Lima, do portal Observatório do Terceiro Setor, recebeu na última quinta-feira (15/12) o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco. A iniciativa, promovida pelo Instituto Vladimir Herzog, visa reconhecer trabalhos de relevância feitos por estudantes de jornalismo.
Em sua 12ª edição, a premiação reconheceu o trabalho de mais de 150 estudantes. Sob o tema ‘Jornalismo em tempos de pandemia’, Mariana participou da reportagem multimídia ‘O drama do encarceramento: Retratos da Pandemia’. A orientação foi feita pela jornalista Bianca Vasconcellos.
De acordo com a repórter, existem poucas premiações dedicadas aos estudantes de jornalismo. Para ela, a premiação reconhece as novas e mais potentes vozes do jornalismo.
“Ser premiada em um ano de pandemia é algo incrível. Tive a oportunidade de trabalhar com estudantes de diversos estados para construir um olhar sobre a temática do encarceramento. Essa pluralidade de vozes em uma ‘redação online’ foi algo único para mim”, conta.
No seu grupo, havia quase 30 estudantes e todos optaram pela narrativa transmídia, porque dessa maneira todos os estudantes teriam diversas funções. Mariana trabalhou na produção de podcasts, roteiro, revisão do produto e também auxiliou na transcrição de entrevistas.
Fazer a reportagem à distância foi a maior dificuldade que o grupo teve que superar. Além de ter que realizar a matéria dentro de casa, os estudantes eram de estados diferentes e possuíam rotinas paralelas.
A escolha do tema foi feita através de votação. Para o grupo, o tema do encarceramento em massa reflete um dos maiores problemas da desigualdade social e racial enraizada na sociedade brasileira.
É válido ressaltar que o Brasil é o 3º no ranking de países com maior número de pessoas presas no mundo. De acordo com dados do Infopen, sistema de informações estatísticas do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), são 773.151 pessoas que vivem nestas condições.
“Ao olhar para o sistema prisional do país, você olha para as consequências do racismo, da desigualdade social, para exploração de crianças e adolescentes e para um total desrespeito aos direitos humanos, numa tentativa de punição que beira a tortura e destruição da identidade de um indivíduo como ser humano. Tudo isso é potencializado em meio a uma pandemia como a que estamos vivendo, e não deve ser ignorado”, afirma Mariana.
Para o futuro, a jornalista pensa em fazer uma pós-graduação, escrever um livro e continuar contando histórias que mostrem os diferentes Brasis. “Acho que agora não faltam possibilidades”, conclui.