Risco? Estudo revela que Brasil tem propensão para o autoritarismo
Pesquisa foi realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O Brasil tem alta propensão a apoiar posições autoritárias. É o que revela o estudo ‘Medo da Violência e Autoritarismo no Brasil’, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Uma vez coletados os dados, os resultados descritivos da pesquisa foram usados para criação do Índice de Propensão ao apoio a Posições Autoritárias. Este Índice corresponde a um ranking de 1 a 10 pontos: quanto mais próximo de 1 menor é o apoio a posições autoritárias e quanto mais próximo de 10 maior a adesão e apoio a elas.
De 0 a 3 é considerada baixa a propensão ao apoio a posições autoritárias; de 4 a 6, moderada; e de 7 a 10, alta. O Brasil ficou com a média 8,10, considerada alta.
A medição de tendências autoritárias tem larga tradição nas Ciências Sociais e especificamente na Psicologia Social. Em geral, ela é tributária dos estudos sobre moralidade e/ou personalidade autoritária, que se ligam historicamente à ascensão de regimes totalitários no início do séc. XX, como o Nazismo, o Fascismo e o Comunismo.
O Datafolha realizou 2.087 entrevistas, em uma amostra estatisticamente representativa da população brasileira com 16 anos ou mais e em 130 municípios de pequeno, médio e grande porte, entre os dias 07 e 11 de março de 2017.
Autoritarismo é caracterizado por obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição à liberdade individual e expectativa de obediência inquestionável da população.
O resultado, segundo o estudo, pode ser reflexo do quadro ameaçador da segurança pública do país, que registra cerca de 60 mil mortes intencionais por ano e tem 50 milhões de adultos que declaram ter conhecido ao menos uma pessoa que foi assassinada.
Outro dado revelado pelo estudo é que, quanto menor a escolaridade, maior a propensão a posições autoritárias; e, em sentido inverso, à medida em que cresce a escolaridade, diminui a propensão de apoiar estas posições.