Se a Copa do Mundo fosse sobre saneamento, Brasil perderia
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental fez um levantamento sobre as condições sanitárias em países participantes da Copa do Mundo de 2022 e concluiu que, se existisse um campeonato mundial sobre saneamento básico, Brasil não passaria das oitavas de final
Por Iara de Andrade
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) fez um levantamento sobre as condições sanitárias em países participantes da Copa do Mundo de 2022 e concluiu que, se existisse um campeonato mundial sobre saneamento básico, Brasil não passaria das oitavas de final.
Na Copa do Saneamento 2022, quem levanta a taça é a Coreia do Sul. Em segundo lugar vem a Suíça, em terceiro, os Estados Unidos e em quarto, a Inglaterra. A ABES realiza o estudo desde o a Copa de 2014, que, este ano, apresentou a comparação a partir do dia 20 de novembro e se baseou em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Alguns dos critérios levados em conta para a análise são:
- Água – ligações domiciliares, Poços Artesianos, Captação, armazenamento e utilização de água da chuva, dentre outros;
- Saneamento – a existência de vaso sanitário, sistema de coleta de esgoto (coleta, bombeamento, tratamento e disposição final adequada) e fossa séptica, entre outros.
No Brasil, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada. Outras 100 milhões vivem sem coleta de esgoto, resultando em doenças que poderiam ser evitadas e que podem levar à morte por contaminação. Esse é o cenário quase dois anos depois de entrar em vigor o Novo Marco Legal do Saneamento.
Somente 50% do esgoto do país recebe tratamento, o equivalente a mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de dejetos sendo despejados diariamente na natureza e prejudicando mais 130 milhões de habitantes. Mais de 5 milhões não possuem sequer um banheiro.