Projeto de ONG ensina pessoas a reagirem contra o assédio nas ruas
O programa Stand Up oferece treinamento gratuito sobre como reagir ao assédio e proteger as vítimas; no Brasil, a iniciativa é realizada pela ONG Cruzando Histórias
Da Redação
O assédio está presente na vida de muitas mulheres. De acordo com uma pesquisa feita pela Ipsos a pedido da L’Oréal Paris, 88% das mulheres no mundo já sofreram esse tipo de abuso; entre elas, somente 25% receberam ajuda. No Brasil o cenário não é diferente, levantamento da Ipsos aponta que, no último ano, 21% dos brasileiros presenciaram um ato de assédio sexual.
Em busca de prevenir casos de importunação sexual e construir espaços seguros, a L’Oréal Paris e a ONG Right To Be lançaram o Stand Up, programa de treinamento gratuito que ensina as pessoas a intervir com segurança quando presenciarem um assédio em locais públicos.
Já foram treinadas mais de dois milhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, a organização do terceiro setor à frente da iniciativa é a Cruzando Histórias, e a meta da parceria é treinar mais de 75 mil pessoas até o final de 2023.
O treinamento é fornecido em dois formatos: online e ao vivo, com duração de 1 hora, e gravado com duração de 30 minutos. Escolas, universidades, empresas e ONGs podem aderir ao conteúdo educativo que inclui informações sobre a dimensão do problema, as consequências que o assédio gera para a sociedade, como se proteger ou oferecer ajuda a uma vítima, e canais de denúncia e acolhimento.
Por sua vez, a metodologia usada tem base em cinco etapas: fingir ser um amigo da vítima e tirá-la da situação; encontrar uma autoridade e pedir que faça uma intervenção; documentar o caso e entregar à vítima, para que ela decida o que fazer com a evidência; dialogar com quem foi assediada, sem julgamentos; e em último caso, de forma segura, conversar com o assediador para que novos comportamentos sejam evitados.
A iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 5 e 16 da Agenda 2030 da ONU. As metas dizem respeito, respectivamente, à igualdade de gênero e ao combate de todos os tipos de violência. Interessados em participar do treinamento podem se inscrever no site da ONG Cruzando Histórias.