Startup ajuda a zerar fila de espera do SUS no sertão nordestino

Startup SAS Brasil atua de forma itinerante em cidades do sertão nordestino para ajudar a zerar a fila de espera do SUS em atendimentos especializados

Por: Juliana Lima

As desigualdades regionais no Brasil influenciam, entre outras coisas, na capacidade do SUS (Sistema Único de Saúde) em atender toda a sua demanda.

De acordo com dados da Demografia Médica no Brasil 2020, realizada por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, capitais como São Paulo oferecem uma média de 5,6 profissionais médicos para cada mil habitantes. Enquanto isso, em cidades do interior do nordeste brasileiro essa média é de apenas dois médicos a cada mil habitantes.

Foi pensando nisso que a startup SAS Brasil criou um modelo de atuação integrado ao SUS, batizado de “Saúde 1.5“. A ideia é montar centrais de atendimento de especialidades médicas para reduzir as filas de espera, que podem durar anos.

A iniciativa é uma extensão do trabalho da SAS Brasil que neste ano já promoveu o “Expedição Sertões 2021“, que aconteceu durante o maior rally das Américas. Durante a ação, a startup ofereceu serviços de telessaúde e unidades móveis de atendimento a diversas cidades do sertão nordestino, como por exemplo Tibau do Sul (RN), Bananeiras (PB), Araripina (PE) e Tamandaré (PE).

Só em Bananeiras, a SAS Brasil conseguiu zerar a fila de espera de cinco especialidades médicas: odontopediatria, oftalmopediatria, ortopedia, urologia e dermatologia.

De acordo com a startup, a maioria dos pacientes precisam apenas de atendimentos e orientações simples. Atendendo-os mais rapidamente, a fila fica livre para aqueles que precisam de procedimentos mais complexos, o que dinamiza o funcionamento do SUS.

No seu nono ano de atuação junto às secretarias municipais de saúde, a startup beneficiou 10 mil pessoas e retirou 625 pacientes da fila de espera do SUS na Expedição Sertões 2021.

Além disso, também promoveu o terceiro ciclo de sua Operação Capacita, uma força tarefa para a formação de médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas para atuação em leitos de UTI para covid-19.