Taxar ricos diminuiria as desigualdades do país e elevaria o PIB em 2,4%
Cada R$ 100 transferidos do 1% mais rico para os 30% mais pobres gerariam uma expansão de R$ 106,70 na economia
Por: Isabela Alves
Um estudo inédito, feito pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP), apontou que taxar os ricos para financiar políticas sociais ajudaria na recuperação da atividade econômica e reduziria a desigualdade no país.
O levantamento analisou o efeito que diferentes tipos de programas de redistribuição podem ter sobre o PIB e a geração de renda na economia.
Cada R$ 100 transferidos do 1% mais rico para os 30% mais pobres gerariam uma expansão de R$ 106,70 na economia.
No caso do auxílio emergencial de 2020, cada R$ 100 pagos por meio do programa têm um efeito de aumento da renda agregada de R$ 140.
Ou seja, uma política financiada com o 1% mais rics, que garanta a transferência de R$ 125 por mês para os 30% mais pobres, elevaria o PIB (Produto Interno Bruto) em 2,4%.
Laura Carvalho, professora da FEA-USP e uma das autoras do estudo, apontou que a diminuição da desigualdade social vai além do crescimento econômico, pois ela também possui efeitos políticos, gerando mudanças no próprio sistema democrático.
Em um estudo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2017 e 2018, os pesquisadores descobriram que os 10% mais pobres gastam 87% da sua renda em consumo. Esse valor cai para 24% entre o 1% mais rico.
Diante deste cenário, a economista avalia que é preciso discutir uma expansão permanente dos programas de transferência de renda, particularmente do Bolsa Família.
Ela também afirma que seria necessário remanejar a taxação no Imposto de Renda no pós-pandemia, já que o Governo está estudando a possibilidade da prorrogação do auxílio emergencial.
Fonte: BBC Brasil